Domingo, Janeiro 5

O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) hoje teve uma “forte adesão” dos trabalhadores da higiene urbana aos períodos de greve do sector e espera reunir-se em Janeiro com a autarquia para resolver o conflito.

Os trabalhadores da higiene urbana em Lisboa foram em greve, entre o Natal e o Ano Novo, convocada pelo STML e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) devido à ausência de respostas do executivo municipal aos problemas que afectam o sector, em particular o cumprimento do acordo realizado em 2023, que prevê, por exemplo, obras e intervenções nas instalações.

A greve foi geral nos dias 26 e 27 de Dezembro e contorno com serviços mínimos entre 26 e 28 de Dezembro (realização de 71 circuitos diários de recolha de lixo, envolvendo 167 trabalhadores).

Paralelamente, também houve greve ao trabalho extraordinário, que se iniciou no dia 25 e se prolongou até terça-feira, tendo uma paralisação no dia de Ano Novo, apenas no período noturno, ao trabalho normal e suplementar, entre as 22h de quarta-feira e às 6h de hoje.

“Dados concretos e percentagens não temos muitos, mas temos a noção de que houve uma forte adesão dos trabalhadores a estes dois protestos nos dois períodos da greve e que só não foi de maior adesão porque naturalmente a decisão do Colégio Arbitral que fixou serviços mínimos” , disse à Lusa o presidente do STML, Nuno Almeida.

De acordo com o responsável, os serviços mínimos foram de “um máximo histórico”, referindo que nunca teve sorte nada “daquele nível”, sublinhando que tal “constituiu uma forte limitação ao livre exercício da greve”.

No entanto, Nuno Almeida sublinhou que a adesão daqueles que não tiveram que cumprir os serviços mínimos “foi bastante elucidativo aquilo que é a avaliação dos trabalhadores em relação aos problemas que persistem na higiene urbana e que os levaram a decidir, com os sindicatos, a luta dos últimos dias”.

“Agora, o que se espera são respostas aos problemas e que a Câmara também afira deste sentimento que os trabalhadores foram treinados com a adesão nestes dias de greve”, alertou o responsável, considerando ter sortes diferentes tendo em conta que ocorreram dias de greve ao trabalho total e outros apenas ao trabalho suplementar.

Após a greve, o presidente do STML espera que, durante o mês de Janeiro, os sindicatos se reúnam com a Câmara Municipal de Lisboa e obtenham “respostas aos problemas que presidiram à luta”.

Caso não haja uma melhoria nas condições de trabalho, nomeadamente com base no cumprimento do acordo de 2023, e não haja perspectivas de investimento, nomeadamente na frota, que [foi] Uma das razões que levou também estes trabalhadores a estarem muitos descontentes com a situação e a verem o definir do serviço público, os trabalhadores e os sindicatos avaliarão novas formas de luta, afirmou.

Em relação à previsão de que tudo voltará à normalidade, o sindicalista considera que “provavelmente só a partir do fim-de-semana haverá uma regularização”, lembrando também o papel que as juntas de freguesia tiveram durante uma greve ao ajudar “pelo menos na parte exterior dos sistemas”.

A cidade de Lisboa recolhe diariamente cerca de 900 toneladas de lixo, sendo que o serviço de recolha de resíduos na capital é organizado de segunda a sexta-feira, funcionando ao sábado com recurso a trabalho extraordinário e, ao domingo, apenas com recolha excepcional.

A Lusa questionou a Câmara de Lisboa que lhe remeteu para mais tarde uma eventual resposta.

Na segunda-feira os serviços de higiene urbana da cidade de Lisboa estiveram ainda a recuperar do “impacto negativo” dos últimos dias de greve no sector, de acordo com a câmara municipal.

“Estamos muito preocupados com os dias que se avizinham. Apesar de a câmara estar a cumprir o acordo acordado e de estar a melhorar as condições dos trabalhadores, os sindicatos insistem, injustamente, em dificultar a vida dos trabalhadores e das pessoas que residem em Lisboa e que visitam a cidade nesta época”, indicou então o gabinete do presidente do executivo municipal da capital, Carlos Moedas (PSD), em resposta à agência Lusa.

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