Uma passagem elevada da era renascentista que liga a Galeria dos Uffizi (Galeria dos Ofícios) de Florença à antiga residência dos Médici, o Palazzo Pitti, reabriu após grandes obras de restauro. É a primeira vez que o Corredor Vasari está disponível para visitas regulares do público em geral.
O corredor, que recebeu o nome de Giorgio Vasari – o arquitecto, pintor e historiador de arte do século XVI que o concebeu – serpenteia pelo centro de Florença, passando sobre o rio Arno através da Ponte Vecchio, ícone da cidade.
A Galeria dos Uffizi, que gere o corredor e supervisionou o restaurante e as melhorias de segurança que se prolongaram por oito anos e custaram 11 milhões de euros, chama-lhe um “túnel aéreo” que paira sobre o coração da cidade.
É “um dos monumentos mais famosos e lendários do Renascimento”, disse à Reuters a diretora das Galerias Uffizi, Simone Verde, a propósito da reabertura no dia 21.
Foi construído em 1565 para permitir que os governantes de Florença se deslocassem livremente entre a sua casa e o Palazzo Vecchio, sede do governo, passando também pelos Uffizi. O corredor, que estava fechado desde 2016, abre grupos de até 25 pessoas de cada vez, que poderão percorrê-lo desde os Uffizi até aos Jardins de Boboli do Pitti, atravessando o Arno da margem direita para a esquerda.
Nas últimas décadas, a passagem albergou um vasto número de auto-retratos dos Uffizi, mas no seu estado recentemente restaurado, as suas paredes foram despojadas de todas as pinturas e deixadas nuas, tal como eram há cinco séculos.
Segundo informações do museu, os visitantes entraram pela Galeria de Estátuas e Pinturas e passaram ao longo de 750 metros pelo corredor. “Pela primeira vez na sua história, o público terá a oportunidade de desfrutar de um passeio panorâmico único sobre o centro de Florença”, resume o museu no seu site. “O percurso começa numa entrada dedicada no primeiro andar da Galeria de Estátuas e Pinturas nas Galerias Uffizi, levando os visitantes da Ponte Vecchio e conduzindo através dos Jardins de Boboli e ao Palácio Pitti, para lá do rio Arno”. É, dizem, “mais do que uma simples viagem, será como recuar no tempo quase 500 anos, quando o corredor foi criado”.
“Restaurado na sua simplicidade original”, o corredor mostra-se em percurso renovado, cuja renovação permite também “acessibilidade total às pessoas com deficiência, apresentando um sistema integrado de rampas, plataformas e elevadores para ultrapassar quaisquer alterações de elevação”. Inclui: “casas de banho, iluminação LED energeticamente eficiente e videovigilância completa”, “novas saídas de emergência” e, particularmente, uma “consolidação estrutural (no âmbito de um plano de prevenção de terramotos) e o restauro de interiores, nomeadamente dos estuques, dos tectos em gesso e dos pavimentos em terracota”.
Esta “passagem florentina”, comentou na reabertura o ministro da Cultura italiana, Alessandro Giuli, “oferece um passeio panorâmico de cortar a respiração pelo coração de uma cidade sem igual”. É “Florença em todo o seu esplendor”.
Os bilhetes para uma visita combinada ao corredor e aos Galeria Uffizicujo coleção Excepcional inclui obras de Giotto, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Ticiano e Botticelli, devem ser reservados com antecedência e custam 43 euros (Uffizi: site oficial).