Regressaram a Portugal os filhos de uma das vítimas de um falso piloto da TAP que durante meses vendeu bilhetes a passageiros e a agências, que, afinal, não existiam. O caso foi denunciado esta semana por uma investigação da SIC e gerou uma onda de solidariedade que permitiu trazer as crianças de volta.
Esta manhã, regressaram a Portugal os filhos de Michelle Silveira, uma das vítimas de um falso piloto da TAP que durante meses vendeu bilhetes a passageiros e agências que, afinal, não existiam. As crianças, de 10 e 15 anos, foram ao Brasil em junho para as férias escolares e deveriam ter regressado em setembro, mas só agora conseguiram voltar, após terem descoberto que o bilhete de regresso não existia.
O caso foi denunciado esta semana por uma investigação da SIC e gerou uma onda de solidariedade. A solução veio do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, que ofereceu os bilhetes que permitiram o regresso das crianças a Portugal.
A mãe das crianças, Michelle Silveira, emocionada no aeroporto de Lisboa, mal continha as lágrimas enquanto esperava o avião, que estava atrasado devido ao nevoeiro. Foram momentos de ansiedade, depois de quatro meses sem ver os filhos. “Muita emoção… vontade de abraçar, saber que vão estar comigo“, disse Michelle enquanto aguardava o reencontro.
As crianças tinham ido ao Brasil visitar a família e deveriam ter regressado a tempo do início das aulas. Porém, foram vítimas de um esquema elaborado por um ex-funcionário do aeroporto de Lisboa, que se fazia passar por piloto da TAP e vendia bilhetes a metade do preço. Michelle comprou os bilhetes por intermédio de uma agência que também foi enganada. Ana Paula, responsável pela agência, fez questão de estar presente na chegada das crianças.
O suposto piloto foi confrontado pela SIC e aceitou falar, embora com o rosto tapado. Durante meses, circulou no aeroporto de Lisboa com um crachá falso de tripulante da TAP – algo que nunca foi -, enganando dezenas de pessoas.
Apesar da angústia e da incerteza, às 10h03 o avião aterrou em Lisboa, trazendo finalmente as crianças de volta. Michelle, em lágrimas, agradeceu: “Eu não acredito…graças a Deus!”.
O caso agora segue para investigação judicial, com o objetivo de responsabilizar o autor deste esquema fraudulento.
