Sexta-feira, Outubro 11

A antiga líder do PSD, que também já tutelou a pasta das Finanças, acredita, apesar de tudo, que a proposta do Orçamento do Estado para 2025 vai ser viabilizada. Manuela Ferreira Leite insiste que as questões ideológicas têm de ser ultrapassadas nesta altura.

Manuela Ferreira Leite lamenta que a proposta do Orçamento do Estado para 2025 não inclua uma maior descida do IRC. Entrevistada na SIC Notícias, a antiga presidente do PSD e antiga ministra das Finanças considera que Pedro Nuno Santos cometeu um “erro estratégico” e vai sair “prejudicado” pela oposição a essa descida.

A antiga governante começa por afirmar que não fica “incomodada” com a cedência feita ao PS no que toca ao IRS Jovem, alegando – ao contrário do que tem sido proclamado por Luís Montenegro – que não serão os impostos a impedir os jovens de emigrarem. Será, sim, defende, a “perspetiva de futuro”.

quanto às cedências feitas em relação à descida do IRC, Manuela Ferreira Leita admite ter alguma “pena”.

A antiga ministra sustenta que essa seria uma medida que viria melhorar a competitividade das empresas – aquele que diz ser o “grande problema de Portugal”, que “impede o crescimento e tem levado ao empobrecimento”.

A “repulsa” de Pedro Nuno pela descida do IRC

Manuela Ferreira Leita afirma, por isso, que o secretário-geral do PS “cometeu um erro” ao afirmar “de forma tão categórica a sua repulsa por uma redução do IRC”.

“Quando há um candidato a PM que não aceita a redução do imposto e tem uma repulsa tal que diz que é só uma vez e nunca mais, já está a anunciar que, quando vier outro governo, [o imposto] vai aumentar. É um erro estratégico. Acho que o prejudica”, defendeu.

Manuela Ferreira Leite considera que esta questão é “um tabu para a ala esquerda do PS” e que haverá “muitas dissidências” dentro do grupo parlamentar socialista sobre o assunto.

Ainda assim, a antiga ministra frisa que a “questão ideológica” tem de ser ultrapassada neste momento, perante as condições em que se encontra.

A hipótese de um chumbo do Orçamento, afirma, não deverá confirmar-se.

“Ninguém poderá desejar esse mal ao país”, atirou.

Ventura? “Nem apoiantes do Chega acreditam no que diz”

Questionada também quanto à polémica com André Ventura – que acusa o primeiro-ministro de mentir e esconder convites ao Chega para integrar o Governo -, Manuela Ferreira Leite desvaloriza a questão.

“Nem os apoiantes do Chega acreditam no que ele está a dizer”, afirmou a antiga presidente do PSD.

“É verdadeiramente um elemento de distração e não da discussão que interessa para o Orçamento”, refere.

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