Sexta-feira, Outubro 11

Num artigo de opinião no Jornal de Negócios, o ex-ministro das Finanças diz que é um “aglomerado de medidas sem coerência com os problemas do país” apenas para “agradar ao maior número de segmentos eleitorais”.

Fernando Medina resolveu pronunciar-se sobre o Orçamento do Estado, dizendo que Portugal volta aos défices em 2025. Entretanto, soube-se que o Presidente da República já não vai convocar um Conselho de Estado apenas para falar do Orçamento.

O Expresso desta sexta-feira diz que Marcelo Rebelo de Sousa ficou esclarecido com a reunião de há 10 dias, a 1 de outubro, em que todos os conselheiros se manifestaram contra uma crise política e recomendaram a aprovação do Orçamento. Mas, segundo o Expresso, também ficou com a certeza de que todos querem eleições se o Orçamento chumbar.

Ou seja, com as dúvidas sobre o que fará o Chega, Marcelo mete travões a fundo e evita a nova pressão que tinha programado, mas que poderia dar novos argumentos a André Ventura para se colocar num dos cenários que o Orçamento pode permitir.

No PS, as críticas ao documento entregue pelo ministro das Finanças chegaram de quem há mais tempo defende que o partido socialista não deve votar contra e, pelo contrário, deve anunciar a abstenção o mais rapidamente possível.

Num artigo de opinião no Jornal de Negócios, Fernando Medina arrasa o Orçamento do Estado.

“Falta visão, criatividade, arrojo e sobra cálculo eleitoral”, considera.

Medina diz que é um “aglomerado de medidas sem coerência com os problemas do país” apenas para “agradar ao maior número de segmentos eleitorais”.

Lamenta o que diz ser uma “forte travagem na redução da dívida,” afirmando que “é um erro” e garante que “fica desmentida a tese do ministro das Finanças de que teria herdado uma situação grave e difícil”.

O “excedente de 0,4 confirma as muito boas condições financeiras que o atual governo herdou”.

O ex-ministro das Finanças do PS vê nuvens negras no horizonte:

“A probabilidade de regresso aos défices orçamentais já em 2025 é uma realidade”. Garantindo que, “com um governo minoritário e em campanha permanente, é pouco credível que 2025 passe sem significativos gastos adicionais”.

O PS só revelará o sentido de voto perto do fim de outubro.

OE 2025: impostos indiretos vão permitir ao Estado bater um novo recorde

Compartilhar
Exit mobile version