Sexta-feira, Outubro 11

‘Harmonia e Dissonância: Orfismo em Paris, 1910-1930′ dá título à mostra que se debruça sobre as “possibilidades transformadores da cor, da forma e do movimento em obras de arte criadas por um conjunto transnacional de artistas que exploraram a abstração no começo do século XX”, indicou o museu.

 

Em resposta a questões da Lusa, o gabinete de imprensa do Guggenheim especificou que vão estar expostas duas obras de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918): “Estudo B”, de 1913, e uma pintura do mesmo ano com título desconhecido, ambas provenientes do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Numa resposta posterior, o gabinete de imprensa do museu acrescentou que também o pintor Eduardo Viana (1881-1967) vai estar representado na mostra.

Organizada por Tracey Bashkoff, diretora de coleções e curadora, e por Vivien Greene, curadora de arte do século XIX e início do século XX, a exposição irá exibir obras selecionadas de artistas como Robert Delaunay, Sonia Delaunay, Marcel Duchamp, Mainie Jellett, Frantisek Kupka, Francis Picabia e dos sincronistas Stanton Macdonald-Wright e Morgan Russell.

A exposição vai ser acompanhada pela publicação de um catálogo aprofundado que vai situar o movimento no tempo e as suas influências, com edição de Vivien Green e contributos de vários especialistas, incluindo a professora portuguesa de História de Arte Joana Cunha Leal.

Amadeo de Souza-Cardoso teve uma vida curta e intensa em Paris, onde fez contactos com os artistas modernistas, e regressou a Portugal no início da Primeira Guerra Mundial como um pintor reconhecido nos meios da vanguarda, tendo morrido com 30 anos, de gripe pneumónica.

Participou em exposições coletivas em Paris, Berlim, Nova Iorque, Chicago, Boston e Londres, e chegou a exibir e a vender o seu trabalho nos Estados Unidos, sendo considerado, pelo crítico de arte norte-americano Robert Loescher, “um dos segredos mais bem guardados do início da arte moderna”.

Robert Delaunay e Sonia Delaunay – um casal de artistas que se destacou no impulsionamento do Orfismo – viveram cerca de um ano em Portugal durante o período da primeira Guerra Mundial, e travaram conhecimento com os artistas portugueses Amadeo de Souza-Cardoso e Almada Negreiros, de quem se tornaram amigos.

“O Orfismo surgiu no início da década de 1910, quando as inovações trazidas pela vida moderna estavam a alterar radicalmente as conceções de tempo e espaço. Os artistas ligados ao Orfismo envolveram-se com ideias de simultaneidade em composições caleidoscópicas, investigando as possibilidades transformadoras da cor, da forma e do movimento”, contextualizou o Guggenheim num texto sobre a mostra.

A palavra orfismo fazia referência a Orfeu, o poeta-cantor da mitologia grega, e refletia o desejo dos artistas envolvidos em acrescentar um novo elemento de lirismo e cor ao cubismo intelectual de criadores como Braque, Picasso e Gris.

‘Harmonia e Dissonância: Orfismo em Paris, 1910-1930’ vai estar patente no Museu Guggenheim, em Nova Iorque, de 08 de novembro de 2024 a 09 de março de 2025.

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