O líder do Chega considera que as acusações públicas por causa das reuniões entre o Governo e o líder da oposição poderiam ter sido evitadas, se o Executivo tivesse decidido há meses com quem queria negociar.
André Ventura afirmas que as hesitações sobre um encontro para falar do Orçamento do Estado para 2025 são um “espetáculo deprimente”. O presidente do Chega considera que o Governo está a “correr atrás do prejuízo” com o adiamento das negociações.
“Passou junho, passou julho, passou agosto. O Governo nunca quis nenhum Orçamento e agora é que se lembrou que talvez o PS possa viabilizar o Orçamento. E o PS também se lembrou que, se calhar, não é bom para ele viabilizar o Orçamento. É um espetáculo deprimente”, declarou André Ventura, esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas, na sede do Chega, em Lisboa.
André Ventura afirma que a situação “podia ter sido evitada”, se o Governo tivesse falado com o Chega.
“Isto, em março, devia ter sido evitado. E este é que foi o grande erro”, frisa. “Agora o Governo está a correr atrás do prejuízo.”
Quanto à realização de novas eleições, André Ventura afirma que só caberia ao Chega evitá-las se votasse a favor do Orçamento do Estado, indo contra aquilo que defende.
“O Chega só poderia evitar eleições, dizendo que, mesmo contra tudo aquilo em que acredita, mesmo tendo sido espezinhado completamente, vai votar a favor”, alegou. “Enquanto o Partido Socialista basta que se abstenha, no Orçamento do Estado, o Chega tem de votar a favor”, sustentou.
Depois de ter já anunciado que não viabilizaria o Orçamento do Estado para 2025 – uma decisão que Ventura classificou como “irrevogável” -, o Chega admitiu viabilizar o documento, caso o Executivo de Luís Montenegro decidisse negociar com ele, em vez de com o PS.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o líder do PS, Pedro Nuno Santos, têm uma reunião marcada para esta sexta-feira, para discutir o Orçamento do Estado.