Sábado, Dezembro 14

Hotelaria, restaurantes, varejo, logística e distribuição são alguns dos setores que utilizam trabalhadores temporários para atender ao pico de demanda do Natal.

“Estes setores enfrentam um aumento significativo da procura devido ao aumento das atividades relacionadas com o atendimento ao cliente, embalagem, reposição de stocks e operações logísticas”, explica Vanda Santos, diretora de serviço e qualidade da Adecco Portugal, lembrando que este padrão “não é apenas nas grandes cidades, mas em todo o país”.

No entanto, o “elevado dinamismo” do mercado de trabalho tem colocado “desafios significativos” às empresas na contratação de trabalhadores para funções sazonais, admitem as empresas de recrutamento consultadas pela agência Lusa.

Vale lembrar que Portugal está próximo do pleno emprego, com a taxa de desemprego nos 6,6% em outubro, uma estabilização face ao mês anterior.

“Temos dificuldades de recrutamento, especialmente em funções que exigem algum tipo de especialização ou certificação, nomeadamente na área dos transportes”, afirma Lucília Queirós, líder nacional de vendas corporativas e fundação da Eurofirms Portugal.

E também “já é perceptível em funções menos especializadas”, acrescenta Pedro Empis, diretor operacional de soluções de talento, da Randstad, em resposta à Lusa.

Sabrina Barreto também identifica esta dificuldade, salientando que “os candidatos que estão empregados apenas procuram oportunidades que possam combinar com a sua função atual (tempo parcial) ou algo que ofereça melhores condições/estabilidade”.

No entanto, “os candidatos estrangeiros contribuíram para satisfazer muitas das necessidades”, acrescenta.

Ainda assim, há casos em que, apesar de terem um “perfil perfeitamente adequado”, são excluídos porque “têm documentos pendentes”, acrescenta o ‘gerente central de sourcing’ do Gi Group.

Para ultrapassar estas dificuldades, os processos de recrutamento iniciam-se em Setembro ou, o mais tardar, no final de Outubro ou início de Novembro.

O planeamento prévio “é essencial para garantir que conseguimos satisfazer as necessidades sazonais dos nossos clientes, garantindo que as equipas estão completas e preparadas antes do início do período de maior movimento”, afirma Vanda Santos.

Por outro lado, há também quem ofereça incentivos para atrair trabalhadores. “Existem diversas realidades que complementam o salário, como prémios de desempenho, vales-refeição ou mesmo incentivos relacionados com os produtos e serviços dos clientes finais, que funcionam como factores aos candidatos”, explica Pedro Empis.

Outro incentivo “é uma maior adaptabilidade de horários para responder à disponibilidade dos candidatos”, acrescenta Lucília Queirós.

Além disso, “para tornar as vagas temporárias mais atrativas, muitas vezes as empresas oferecem a possibilidade de integração permanente, o que pode ser um fator decisivo na aceitação da vaga”, conclui Sabrina Barreto.

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