Quinta-feira, Outubro 24

Os distúrbios alastraram a vários bairros da Grande Lisboa e em Loures já se registaram múltiplos casos de vandalismo. O presidente da Câmara Municipal do concelho esteve na Grande Edição, da SIC Notícias, e garante que a maioria dos residentes destes locais não se reveem na forma como os desacatos estão a acontecer.

Os desacatos registados em vários bairros da região de Lisboa estão a “preocupar” Ricardo Leão, presidente da Câmara Municipal de Loures, que esteve na Grande Edição, da SIC Notícias. No concelho, mais especificamente na Quinta da Fonte, vários caixotes de lixo foram incendiados na rua. 

Os danos foram à volta de 30 contentores e ecopontos, todos vandalizados, queimados, danificados. Hoje fizemos a recolha deles, mas não fiz a reposição dos mesmos. [Porém], fizemos a devida recolha dos resíduos”, contou.

Ricardo Leão acredita que estes distúrbios tratam-se de “um ato isolado como consequência do acontecimento infeliz que aconteceu e que há de se averiguar no seu inquérito“.

“É uma manifestação de descontentamento, mas de uma forma que eu próprio repudio e a grande maioria dos moradores [dos bairros em causa] repudiam”, sublinhou após, segundo disse, ter contactado várias associações desses mesmos locais.

O presidente da Câmara Municipal de Loures garantiu que a maior parte dos residentes dos bairros não veem com bons olhos, por exemplo, os autocarros incendiados, uma vez que está a “colocar em causa a segurança e a danificar aquilo que é um bem público e que é utilizado por estas mesmas pessoas.

O autarca disse que é preciso retomar os mediadores, “que eram agentes locais dos bairros” com uma formação profissional dada pelo Centro de Emprego. Esses mesmos representantes “faziam, muitas vezes, a gestão de conflitos dentro do bairro” e “dava resultado”.

Outro aspeto que apontou é a falta de meios e agentes policiais. “É importante videovigilância, mas também um policiamento de proximidade”, assegurou.

“Os agentes da PSP fazem milagres com os meios que têm. E no meu concelho, sei bem do que falo”, criticou, dizendo que “há um sentimento generalizado de insegurança por parte das pessoas”, dada a ausência do policiamento de proximidade.

Para esta noite, Ricardo Leão avançou que todo o sistema de segurança está montado como forma preventiva, tal como as cooperações de bombeiros do concelho e a polícia municipal.

O Governo vai reunir-se esta quinta-feira com representantes da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Nesse encontro, o autarca de Loures espera que seja possível refletir para serem apresentadas medidas e propostas, sendo, por isso, necessário falar sobre “a falta de meios efetivos que existem na PSP” e a possibilidade de retomar os mediadores nos bairros.

Montenegro quebra silêncio sobre distúrbios em Lisboa e admite “endurecer” reação

Compartilhar
Exit mobile version