Segunda-feira, Outubro 14

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, criticou, esta segunda-feira, “o espetáculo degradante”  à volta do Orçamento do Estado para 2025  (OE2025) que a Direita está a “oferecer” ao país. 

 

Esta posição foi partilhada pela líder bloquista, no Porto, onde se encontrou com Bombeiros Sapadores em protesto, quando fazia uma descrição da atual situação política.

À semelhança do que já havia feito anteriormente, Mariana Mortágua reiterou que o Orçamento do Estado para 2025 apresentado pelo Governo “é um mau orçamento” e atirou ‘farpas’ não só contra o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, mas também à Direita, numa referência à polémica que envolve o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e André Ventura, líder do Chega.

“E perante este Orçamento que nós já conhecemos, e que já podemos ler, e perante o miserável espetáculo, degradante espetáculo, que os responsáveis da Direita nos estão a oferecer acerca deste Orçamento, todos eles, da IL, do Chega, do PSD, um miserável e degradante espetáculo, a única coisa que falta compreender é por que é que o secretário-geral do PS continua a manter ambiguidades relativamente ao Orçamento”, afirmou Mariana Mortágua.

Mariana Mortágua deixou também críticas ao Presidente da República, a quem acusou de estar a prestar “uma mau serviço” ao país com a “chantagem permanente” de eleições caso o Orçamento do Estado não seja aprovado.

Para Mariana Mortágua, a proposta de OE apresentada é a de um “orçamento mau” porque vai beneficiar os mais ricos e não vai resolver problemas como o da habitação ou os problemas na Saúde.

“O que eu gostaria de dizer é uma coisa que talvez vos surpreenda, que é explicar por que é que este OE é mau, não deve ser aprovado. Ele entrega fatias, fatias do dinheiro do Orçamento e de recursos públicos ao setor privado da Saúde, às seguradoras, a serviços privados que estão a substituir o público e a tirar capacidade de responder”, disse.

E continuou: “É um mau orçamento porque vai rebentar com o Serviço Nacional de Saúde, vai aumentar o preço da habitação, porque não responde aos sapadores, porque cria regimes fiscais injusto que privilegiam os mais ricos, as elites, os futebolistas e as grandes empresas”. 

Sobre a aprovação ou não do OE e as consequências, entre as quais a realização de eleições legislativas antecipadas, Mariana Mortágua alertou para o uso do ato legislativo como uma arma de arremesso: “É perigosa a forma como as eleições têm sido apresentadas ao país como uma ameaça”.

“Nós não podemos, nem devemos, transformar o maior ato da democracia e o mais importante ato da democracia como uma permanente ameaça à democracia e uma permanente chantagem”, defendeu.

Para o BE, “as eleições não podem ser uma chantagem, são uma solução quando não há outra solução e são uma solução porque são a escapatória da democracia e estar permanentemente a dizer às pessoas e a usar as eleições (…) como uma chantagem e uma ameaça é um mau serviço ao país”.

Neste sentido, a coordenadora do BE deixou criticas a Marcelo Rebelo de Sousa: “Na verdade, é um mau serviço ao país que fez o Presidente da República com estas chantagens permanentes sobre se o Orçamento não for aprovado há eleições, as eleições são um desastre, se o Orçamento não for aprovado, tudo acontece”.

“Há muita dramatização sobre este processo que tem muito pouco de real e é um espetáculo um pouco degradante que visa chantagear, manipular as decisões das pessoas”, alertou.

Questionada sobre se considera que as eleições são o caminho caso o OE não seja aprovado, Mortágua não disse que sim, nem que não, e afirmou que o “acontece perante um Orçamento chumbado depende do PR e do primeiro-ministro”.

“Se me pergunta a mim se eu acho que esta governação de direita, se esta relação incompreensível e este espetáculo degradante da disputa entre os vários partidos de direita e dos seus interlocutores e responsáveis é capaz de garantir alguma estabilidade ao país, acho que não. Se me pergunta se eu tenho medo de eleições e se acho que as eleições são um papão na democracia, também acho que não”, salientou.

[Notícia atualizada às 13h09]

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