Sexta-feira, Outubro 11

Em termos diplomáticos, a relação bilateral entre as figuras do governo – leia-se classe política e as da classe jornalística, os ditos (para uns malditos e outros benditos) deverá ser política, social e democraticamente correta e não geradora de tensões e conflitos, como ora se assistiu na conferência (O Futuro dos Media) na qual Montenegro, primeiro-ministro, provocou e muito, pelas suas declarações, os Jornalistas.

Mas, afinal, haverá lá classe que não prepare tão meticulosa e copiosamente todos os discursos, entrevistas, debates e conferências de imprensa do que a política?

Não precisais de pensar, caros(as) leitores(as), de tão óbvia que é a resposta: «- a classe política!»

A evitar será sempre, a possibilidade de surgirem sinais de tensões e enfraquecimento de diálogo entre o governo e a imprensa/comunicação social. Quando assim sucede, é meio caminho andado para que a sociedade civil, dada a legitimidade à luz da democracia, tome partido, seja pelos políticos ou pelos jornalistas. Relembrar que, historicamente, a diplomacia entre os políticos e os jornalistas fora, substancialmente, pautada uma relação cordial, como deverá ou deveria ser sempre.

Diplomaticamente, não havia necessidade nenhuma por parte de Montenegro em ter quebrado categoricamente um dos pináculos da democracia, isto é, a habilidade na gestão de relações de carácter público/oficial. Na prática, o governo deve cingir-se a responder (ou não) às questões dos jornalistas, não tendo de julgar a forma como os jornalistas (des)credibilizam ou (des)valorizam a sua profissão…

O governo deve adotar uma postura colaborativa e não ofensiva.

O governo deve adotar uma posição cooperativa e não combativa.

O governo deve adotar uma imagem de confiança e não de desconfiança.

O governo deve adotar um discurso abonatório e não contraditório.

O governo deve adotar a compreensão e não a incompreensão.

O governo deve atotar a suscitação e não a repressão.

O governo deve adotar as lições e não os sermões.

O governo deve adotar tolerância e não a intolerância.

O governo deve adotar a maximização e não a minimização.

O governo deve atotar o progresso e não o retrocesso.

Que a diplomacia continue a cooperar na promoção e utilização de sopros e auriculares!

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