Sábado, Outubro 5

Opinião de Germano Almeida. A corrida está empatada, com Kamala a ter um avanço no voto popular dentro da dúvida sobre se é suficiente para um candidato democrata vencer o Colégio Eleitoral.

1 – O mês de todas as decisões

Falta exatamente um mês para a grande eleição e quase tudo continua por decidir. A corrida está empatada, com Kamala a ter um avanço no voto popular dentro da dúvida sobre se é suficiente para um candidato democrata vencer o Colégio Eleitoral (+2.5/+3.0%).

Trump parece ter alguma vantagem no Arizona e na Geórgia. Nevada e Carolina do Norte estão tecnicamente empatados, mas com mais sondagens a mostrar Donald à frente do que o contrário (embora Kamala também apareça às vezes à frente nesses dois estados). Na Rust Belt, a Pensilvânia está tecnicamente empatada. Michigan e Wisconsin revelam pequena vantagem Kamala, ainda que a força de Trump no voto branco pouco qualificado coloque sempre uma oportunidade para o candidato republicano repetir 2016: vencer uma mulher democrata à custa do voto branco masculino “blue collar”.

O que vai decidir? Não sabemos. Só nos resta presumir: o escalar do conflito no Médio Oriente, a greve dos estivadores dos portos da Costa Leste e do golfo (com possível aumento pontual da inflação) e o furacão Helene (o segundo mais mortífero deste século na América, só atrás do Katrina na Luisiana em 2005) podem prejudicar Kamala; o relatório Jack Smith, que especifica a presumível culpa de Trump no ataque ao Capitólio, pode prejudicar Donald. Mas… e se acontece algo mais que não estejamos a ver?

Marco Bello

2 – Menos 15 milhões a ver os vices em relação a 2020

O debate Vance/Walz até mereceu elogios transversais aos dois campos partidários, mas a verdade é que se registou um decréscimo de 25% nas audiências em relação ao debate de 2020 entre Mike Pence e Kamala Harris. Na altura, mais de 57 milhões de americanos assistiram em direto ao duelo entre os números dois de Trump e Biden. Desta vez, cerca de 43 milhões viram o confronto (saudável e cordato) entre o senador JD e o governador Tim. Esse valor decorre da soma de audiências de 15 redes televisivas nacionais e estaduais.

Mais de 90% desses telespectadores – 40,25 milhões – assistiram nas quatro grandes redes de transmissão e nos três maiores canais de notícias a cabo (CNN, Fox News e MSNBC).

Os debates anteriores sobre vice-presidentes variaram de um máximo de 69,9 milhões de espectadores em 2008 (Joe Biden e Sarah Palin) a um mínimo de 26,6 milhões em 1996 (Al Gore e Jack Kemp).

Desde 1976, a sua audiência média é cerca de 25% menor do que a dos debates presidenciais. Os dois debates presidenciais deste ano tiveram em média cerca de 59,2 milhões de telespectadores – 51,27 milhões para Biden e Donald Trump em junho, antes de Biden encerrar sua campanha à reeleição, e 67,14 milhões para Harris e Trump em setembro.

ANGELA WEISS/Getty Images

Uma interrogação: Será que esta eleição vai permanecer empatada até ao fim?

Presidentes com mais grandes eleitores obtidos no último século

1.º RONALD REAGAN 525 (489 no primeiro mandato)

2.º Franklin Roosevelt 523, no segundo de quatro triunfos (472 no primeiro mandato, 449 no terceiro, 432 no quarto)

3.º Richard Nixon 520 (301 no primeiro mandato)

4.º Lyndon Johnson 486

5.º Dwight Eisenhower 457 (442 no primeiro mandato)

6.º Herbert Hoover 444

7.º George HW Bush 426

8.º Warren Harding 404

9.º Bill Clinton 379 (370 no primeiro mandato)

10.º Calvin Coolidge 382

11.º Barack Obama 365 (332 na reeleição)

12.º Joe Biden 306

13.º Donald Trump 304

14.º John Kennedy 303

15.º Harry Truman 303

16.º Jimmy Carter 297

17.º George W. Bush 285 (271 no primeiro mandato)

*Gerald Ford foi Presidente entre 1974 e 1977, mas nunca foi eleito

Uma sondagem

VOTO POPULAR — Kamala 50 / Trump 48

(NPR/PBS/Marist, 27 set a 1 out)

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