Domingo, Outubro 6

No caso do mercúrio, os valores encontrados por uma equipa da Universidade de Évora estão milhares de vezes acima do aceitável, comprometendo as várias linhas de água que convergem para a Ribeira de Grândola.

Um estudo da Universidade de Évora detetou altas concentrações de mercúrio e outros metais pesados numa antiga mina, em Grândola. Os investigadores pedem a descontaminação urgente das linhas de água, temendo consequências para o ambiente e até mesmo para a saúde das populações.

A extração de metais na Mina da Caveira é coisa do passado, só que as marcas desta atividade continuam bem presentes. Foi, em tempos, um dos mais ricos “chapéus de ferro” da Europa – uma referência para o grupo de investigadores que, nos últimos três anos, se dedicou a analisar os sedimentos deste couto mineiro.

A quantidade de metais pesados surpreendeu Rita Fonseca, professora de Geoquímica Ambiental na Universidade de Évora. No caso do mercúrio, os valores encontrados estão milhares de vezes acima do aceitável, comprometendo as várias linhas de água que convergem para a Ribeira de Grândola.

A equipa já expôs o problema à Câmara Municipal e aguarda agora luz verde das entidades competentes para pôr em prática os métodos de descontaminação.

A propriedade pertence a uma empresa de agroturismo e está limitada por vários quilómetros de vedação, como um tesouro que se guarda a sete chaves. Esteve nas mãos da SAPEC Portugal até 2013.

Contactado pela SIC, o proprietário admite que havia um plano para intervencionar a mina, mas esse nunca chegou a avançar. Também descartou, para já, quaisquer consequências na biodiversidade daquela zona.

Nem a SAPEC, nem a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) – proponente do referido plano – responderam em tempo útil aos esclarecimentos solicitados.

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