Sábado, Outubro 12

Na reserva natural da Patagónia, na América do Sul, uma descoberta recente sobre a alimentação das baleias surpreendeu os cientistas. Ao contrário do que se pensava, as baleias mergulham até muito perto do fundo do oceano, onde encontram mais alimento.

A Península de Valdés, na costa sul da Argentina, é o habitat natural de uma das maiores comunidades de leões marinhos, pinguins e baleias. Na região habitam pelo menos 1.468 baleias, de acordo com os registos do mês passado. A Península é considerada Património Mundial da UNESCO e um dos pontos turísticos mais importantes da Argentina.

“As baleias-francas vêm à Península Valdés para se reproduzirem, darem à luz as crias e também para se alimentarem”, explica Valeria D’Agostino, uma investigadora argentina do centro científico estatal que estuda Sistemas Marinhos.

O grupo de cientistas, do qual Valeria D’Agostino faz parte, investiga a baleia-franca-austral, que vive nos mares gelados da costa sul da Patagónia. Os cientistas sabiam que estas baleias se alimentam à superfície, abaixo da superfície e em mergulho. Mas, depois de colocar câmaras em 8 baleias para monitorizar os hábitos reprodutivos e alimentares da espécie, a equipa de investigação descobriu algo surpreendente:

“Vimos que muitas baleias mergulhavam e, quando voltavam à superfície, tinham lama na cabeça. Isso provou que as baleias estavam a mergulhar muito perto do fundo.” – Valeria D’Agostino

Ao contrário do que se pensava, as baleias mergulham até muito perto do fundo do oceano, onde encontram mais alimento. Os investigadores descobriram também que a baleia-franco-austral não mergulha sozinha. As crias são capazes de mergulhar a mais de 100 metros de profundidade quando acompanham as progenitoras. A descoberta é inédita e inesperada, uma vez que os cientistas não sabiam que as crias tinham a capacidade para tal. Desconhecem, no entanto, a razão pela qual acompanham as progenitoras nestes mergulhos em profundidade.

A única certeza é o perigo que estes mamíferos enfrentam devido à poluição que dá à costa e que se acumula nas praias e nas rochas da Patagónia. A ONU alerta que, daqui a 20 anos, a região será um depósito de lixo se nada for feito para travar as indústrias que despejam detritos no mar.

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