Sábado, Outubro 12

Depois de passarem algumas semanas sem Nana Prempeh ter notícias do rapaz que conheceu nas férias, pediu conselhos às amigas.

“Pelo menos metade delas disse: ‘Não lhe telefones. Não o contactes. É um romance de férias. Já acabou. Acabou’”, conta Nana à CNN Travel.

Nana respeitou os conselhos. Era, segundo ela, a conclusão lógica. Ela estava em Londres. Edouard, o seu romance de férias, estava em Espanha.

Mas Nana não parava de repetir na sua cabeça o primeiro encontro – a praia deserta, nadar ao entardecer, beijarem-se na areia.

“Não conseguia parar de pensar nele”, conta.

Algumas das suas amigas foram mais esperançosas, sugerindo que talvez Edouard estivesse ocupado, que talvez ela devesse esperar para ver se ele telefonava.

O conselho de uma amiga destacou-se.

“Destacou-se claramente…”, diz Nana. “Porque ela tinha casado com um tipo que tinha conhecido nas férias. E disse: ‘Devias ir em frente. O que é que tens a perder?’”

Nana confiava no ponto de vista desta amiga. Ela sabia do que estava a falar. Assim, uma noite, Nana decidiu marcar o número de Edouard.

“Peguei no telefone e liguei-lhe”, conta Nana.

Nana disse a si própria que nada importava. Só queria uma resposta, mas qualquer que fosse o resultado, recordaria com carinho o tempo que passou com Edouard.

“Acho que ele ficou surpreendido por me ouvir, porque ouvi um silêncio no fim da linha quando ele atendeu”, recorda Nana.

Perguntei-lhe: “O convite para voltar ainda está aberto? E houve uma longa pausa até que ele disse: ‘Sim’”.

 

Um romance de férias

Nana Prempeh estava de férias em Portinatx, Ibiza, Espanha – na foto – quando conheceu Edouard. jotapg/iStock Editorial/Getty Images

Nana tinha voado para Ibiza no verão de 2018 para celebrar o seu 39.º aniversário com um grupo de amigas. Para ela, a viagem – e o aniversário – representavam uma nova era. Nana tinha um emprego que a preenchia, como advogada, em Londres. No passado, tinha descurado o seu próprio bem-estar.

“Mas, no período que antecedeu a viagem, eu estava a trabalhar muito em mim”, diz Nana. “Comprei um apartamento e estava a fazer muito ioga e a comprar flores para mim todas as semanas, tentando concentrar-me em ser feliz.”

Com este novo mantra em mente, Nana decidiu viajar para Ibiza uns dias antes “para passar algum tempo sozinha, só para relaxar”.

No primeiro dia, Nana deitou-se numa espreguiçadeira à porta do hotel, que ficava no Norte de Ibiza, na pitoresca aldeia de Portinatx.

“Estava a relaxar junto à piscina”, recorda Nana. “Levantei os olhos do meu telemóvel e vi-o a passar pela piscina de forma bastante determinada. Era estereotipadamente alto, moreno e bonito e estava vestido de preto, destacando-se entre os coloridos turistas.”

Nana ainda não o sabia, mas “ele” era Edouard, um francês de 40 anos que vivia em Ibiza e trabalhava como gestor de experiências no hotel.

“Estava bronzeado, era alto, muito sorridente…” recorda Nana.

Nana observou Edouard a atravessar a zona da piscina. Ela olhava para ele, mas Edouard não reparou nela, claramente ocupado com o trabalho.

Mas no dia seguinte, quando Nana atravessou o átrio do hotel, viu Edouard novamente.

“Eu pensei: ‘Uau, meu Deus. Ele é tão bonito’. E depois ele disse: ‘Olá’. E acabámos por falar durante provavelmente uma meia hora”.

Desta vez, Edouard reparou em Nana. Não só reparou nela, como ficou imediatamente fascinado por ela.

Edouard, que pediu que o seu apelido não fosse incluído neste artigo por razões de privacidade, conta agora à CNN Travel que se apaixonou pelos “belos olhos de Nana, que têm forma de amêndoa”.

Enquanto estavam juntos no átrio do hotel, Edouard perguntou a Nana sobre as suas impressões da ilha até à data. Quando ela disse que tinha andado de táxi, Edouard encorajou-a a alugar um carro.

“Depois disse: ‘Volta amanhã. Vou ter mais algumas dicas. Estarei cá por volta das 12:00 ou 12:30’”, recorda Nana.

Nana ficou entusiasmada com a perspetiva de conversar mais com este estranho intrigante. Saiu do átrio do hotel a sentir-se bem e entusiasmada.

“Estava de férias, tinha passado o ano inteiro a tentar trabalhar um pouco em mim, a colocar-me num melhor estado de espírito”, diz Nana. “Agora tinha conhecido um tipo que me pareceu muito atraente. Na altura, não fazia ideia do que ia acontecer – pensei apenas que era um tipo bonito que trabalhava no hotel onde eu estava hospedada. Mas isso, por si só, já era suficientemente excitante”.

No dia seguinte, ao meio-dia, Nana e Edouard voltam a encontrar-se no átrio. A conversa começa por ser sobre Ibiza e sobre as recomendações de Edouard sobre a ilha, mas passa para algo mais sedutor e curioso.

“O que é que vais fazer esta noite?”, perguntou Edouard a Nana. “Queres juntar-te a mim para um mergulho?”.

Nana ficou entusiasmada com a perspetiva. Os dois combinaram encontrar-se na praia em frente ao hotel, por volta das 18 horas.

Tanto Nana como Edouard estavam entusiasmados com o mergulho noturno. Edouard estava ansioso por conhecer melhor Nana, já que tinha gostado de falar com ela no átrio.

“A Nana era simpática, aberta, atenta e carismática”, diz ele.

Nessa noite, Nana preparou-se no quarto, vestindo o seu fato de banho verde preferido. Depois, dirigiu-se para a praia em frente ao hotel, que descreve como “uma enseada de praia, com uma pequena colina íngreme”.

Imaginou que havia uma hipótese de Edouard estar à espera do outro lado da colina, mas esperava que não fosse esse o caso. Parecia bastante íngreme.

“Não tentei escalá-la”, diz ela. “Sentei-me na praia e esperei por ele.”

Passou meia hora. Depois, 45 minutos. Não havia sinal de Edouard.

Depois, por volta das sete horas, vi-o descer a colina e dizer: “Onde estiveste?”

Afinal, o Edouard estava à espera do outro lado da colina. Nana explicou que estava hesitante em tentar subir a colina, mas Edouard disse que a ajudaria. E pegou-lhe na mão.

“Ele ajudou-me a subir a colina e descemos juntos”, recorda Nana. “Do outro lado havia uma praia deserta. Não havia lá ninguém e estava coberta de seixos brancos muito luminescentes, com água límpida. Parecia uma piscina, de facto. Era absolutamente espetacular”.

Nana para um momento para admirar a vista, para absorver o momento. Olhou para Edouard, que lhe sorria.

Depois, ele apontou para o mar.

“Vamos entrar?”, pergunta Edouard.

Nana seguiu-lhe o exemplo e os dois entraram a correr, rindo e chapinhando um ao outro enquanto desciam para a água azul-turquesa.

A água estava tão calma e pouco profunda que se sentaram no fundo do mar, lado a lado.

“Sentámo-nos ali e falámos de tudo e mais alguma coisa”, conta Nana.

Os dois partilharam mais pormenores sobre as suas vidas. Edouard mencionou que era da Bretanha, em França, onde se tinha formado como pasteleiro.

“Ele tinha uma excelente vibração”, recorda Nana. “Pensei: ‘Ena, ele é mesmo interessante’. E, em meia hora, estávamos a beijar-nos.”

Mais tarde nessa noite, Nana e Edouard sentaram-se, frente a frente, no terraço arejado de um restaurante chamado The Boat House, na vizinha Cala San Vicente.

“Bebemos um pouco de cava, pedimos comida e passámos uma noite agradável, a conversar”, recorda Nana.

Nana ficou fascinada com as histórias de Edouard sobre a sua infância em França e sobre a vida em Ibiza. E Edouard também gostava da companhia de Nana.

“Ela era tão simpática, amável e madura”, recorda ele. “Divertimo-nos muito no restaurante da praia e estas já eram grandes memórias.”

Nana gostou de ver Ibiza através dos olhos de Edouard. Na foto: vistas em Portinatx, Ibiza. pkazmierczak/iStockphoto/Getty Images

Durante o resto das férias de Nana em Ibiza, ela e Edouard encontraram-se várias vezes. Foram nadar juntos, relaxaram na praia, provaram o que Edouard prometeu ser a melhor lula de Ibiza. Quando as amigas de Nana chegam, veem como ela está feliz. Deram a Edouard o selo de aprovação.

Na sua última noite juntos, Nana e Edouard foram a um restaurante chamado Es Pins, na aldeia costeira de Sant Joan de Labritja.

“Es Pins é um restaurante em Ibiza que provavelmente não é muito conhecido entre os turistas, mas é realmente um sítio mais autêntico e local, com comida fantástica”, diz Nana. “Fazem uma salada de tomate e pão fantástica, da qual o Edouard era um grande fã”.

Foi a última noite perfeita juntos.

“Foi lá que tirei algumas das minhas primeiras fotografias dele”, recorda Nana.

Enquanto tirava as fotografias com o telemóvel, Nana sentiu-se feliz por as ter para recordar quando estivesse em Londres.

Quando se despediram, Edouard disse a Nana que ela devia voltar a Ibiza para o visitar.

Nana esperava que se mantivessem em contacto, mas, na realidade, não tinha a certeza do que iria acontecer.

“Pensei um pouco: ‘Bem, tu és muito alto e bonito. Não é difícil conheceres mulheres’”, recorda Nana. “Por isso, na altura, não levei muito a sério o convite do Edu.”

Os dois seguiram caminhos diferentes, felizes por terem aproveitado o tempo que passaram juntos.

“Conheci um rapaz fantástico e passámos uma semana fantástica juntos”, diz Nana. “Eu estava prestes a começar uma viagem de barco à vela por Formentera com duas amigas.”

 

Pegar no telefone

Nana passou a semana seguinte a velejar ao redor desta ilha das Baleares ao sol e celebrou o seu 39º aniversário.

“A vida não podia ser melhor”, lembra-se de ter pensado.

No entanto, apesar de se ter despedido de Edouard sem saber o que o futuro lhe reservava, Nana esperava receber algumas mensagens de texto dele aqui e ali. Em vez disso, não ouviu nada. Nem mesmo no dia do seu aniversário.

“Fiquei surpreendida com isso”, admite Nana. “Depois voei de volta para Londres e ainda não tinha tido notícias dele.”

Nana ficou desiludida. Surpreendeu-se a si própria com esta desilusão, apercebendo-se de que, para ela, a sua ligação ia para além de um simples caso de férias.

E foi por isso que, algumas semanas mais tarde e depois do incentivo de uma amiga, Nana decidiu pegar no telefone e ligar a Edouard.

Ele ficou surpreendido, mas feliz por ter notícias de Nana. Por seu lado, também ele tinha assumido que a ligação deles poderia não durar mais do que a semana em Ibiza. E tinha estado cheio de trabalho durante o mês de agosto. O aniversário de Nana tinha-lhe escapado. Mal tinha tido tempo para dormir, quanto mais para enviar uma mensagem a Nana.

“Tinha acabado de a conhecer”, diz ele. “Era a altura mais movimentada do ano a trabalhar em Ibiza e as semanas tinham simplesmente passado a correr.”

Mas ficou muito contente por ter notícias de Nana. Incentivou-a a visitá-lo novamente e os dois combinaram que Nana regressaria no final de agosto.

“Eu estava aberto a ver como as coisas corriam”, confessa Edouard.

No período que antecedeu a visita de Nana, os dois trocaram mensagens de texto regularmente. Embora ambos não tivessem a certeza de como se iria desenrolar o reencontro, estavam a contar os dias para a viagem dela a Ibiza.

“No final de agosto, voltei de avião e fiquei exatamente no mesmo hotel da primeira vez, o hotel onde ele trabalhava”, recorda Nana. “E enquanto me instalava no meu quarto – nunca mais me vou esquecer – o Edu mandou uma garrafa de champanhe e uns macarons para o meu quarto, juntamente com um cartão.”

Quando Nana viu os presentes e leu a mensagem de Edouard dentro do cartão, todas as suas ansiedades se dissiparam. Sentiu-se segura de ter feito a escolha certa ao regressar a Ibiza. Este sentimento só se fortaleceu quando voltou a ver Eduardo.

Edouard também estava entusiasmado por ver Nana de novo.

“Fiquei muito feliz”, recorda ele sobre o momento em que se reencontraram. “Gostamos muito das mesmas coisas, especialmente de boa comida, por isso sabia que nos íamos divertir.”

Durante a semana seguinte, Edouard e Nana foram praticamente inseparáveis. Sempre que Edouard não estava a trabalhar no hotel, estava com Nana.

“Tive oportunidade de lhe mostrar um lado da ilha que a maioria das pessoas não descobre”, recorda Edouard. “Praias e florestas escondidas, grandes espaços abertos e muitos sítios locais para comer que ela não conheceria.”

“Não me tinha apercebido de como a ilha era bonita, longe das multidões”, recorda Nana. “Comemos em todos os lugares autênticos, lugares que não são frequentados por turistas, muita comida espanhola deliciosa e autêntica. Passámos o melhor momento das nossas vidas.

 

Avanços

Nana e Edouard começaram a namorar à distância, depois da segunda visita de Nana a Ibiza. Michael Mikilo

Desta vez, quando Nana regressou ao Reino Unido, não havia dúvidas sobre se manteriam o contacto. Edouard e Nana enviaram mensagens de texto, telefonaram e fizeram videochamadas regularmente. Nana reservou voos para regressar a Ibiza no final de setembro e voltou a visitá-lo em outubro.

Ela estava a apaixonar-se por Edouard. Ele parecia sentir o mesmo. Mas algumas das amigas de Nana em Londres ainda estavam céticas.

 

“Uma amiga disse: ‘Tu é que estás sempre a viajar e a ir para Ibiza – o que é que ele está a fazer? Não o vejo a fazer muito esforço por ti’”, recorda Nana.

Nana compreendia as suas preocupações, mas sentia-se cuidada e segura com Edouard.

“Visto de fora, para as pessoas, pode ter parecido que era eu que estava a fazer todo o esforço, mas assim que saía do avião, ele tomava conta de mim tão bem”, lembra Nana. “Nunca me preocupei com nada. Ele organizava tudo, desde o planeamento dos nossos encontros até ao que íamos comer…”.

Em novembro, Edouard visitou Nana em Londres pela primeira vez.

“Foi emocionante”, diz Edouard sobre esta viagem. Gostou de ver a casa da Nana e de explorar a cidade onde ela cresceu.

“Só nós os dois a passar tempo de qualidade”, é como Nana descreve a primeira visita de Edouard ao Reino Unido. “Foi fantástico.

Tinham passado apenas alguns meses desde que se conheceram em Ibiza, mas Nana e Edouard já estavam a falar do futuro. Edouard tinha vivido em muitos lugares e estava disposto a acrescentar um novo à sua lista. Nana também adorava a ideia de viver no estrangeiro, mas o seu trabalho como advogada formada no Reino Unido limitava a sua capacidade de se radicar noutros sítios.

“Porque não vens para Londres?”, sugeriu Nana num dia do início de 2019. E, cerca de um mês depois, Edouard reservou um bilhete de ida para o Reino Unido.

“Não estava à espera que a mudança fosse uma decisão tão fácil para ele e, por isso, respeito-o muito por ter tomado essa decisão e arriscado em mim”, diz Nana.

Para Edouard, a escolha foi fácil. Ele sabia que queria estar com Nana e estava “muito entusiasmado” com a perspetiva de viver com ela em Londres.

“Estava mesmo à procura de uma relação com alguém maduro, que soubesse o que queria. E era ela”, diz Edouard.

Foi por esta altura que Edouard e Nana conheceram as famílias um do outro pela primeira vez. Nana estava entusiasmada por fazer as apresentações – tinha falado de Edouard aos pais desde o início e eles ficaram intrigados.

“Eu disse: ‘Olha, ando a sair com um tipo que vive em Espanha’. Mostrei a fotografia dele ao meu pai e ele disse: ‘Ena, ele é muito peludo’”, conta Nana, rindo.

Nana suspeita que os pais ficaram um pouco surpreendidos quando Edouard se mudou para Londres para estar com ela, apenas seis meses depois.

“Mas qualquer tipo de surpresa foi bem contido”, diz. “Os meus pais sempre me apoiaram muito. Gostam muito dele. Veem como ele cuida bem de mim. Veem que ele é responsável, gentil, carinhoso e extremamente solidário.”

Nana também se sentiu bem acolhida pela família de Edouard. A primeira vez que Nana se encontrou com a mãe do namorado, esta perguntou-lhe se o filho a tratava bem e se era carinhoso.

 

“Penso que isso diz muito sobre ela como potencial sogra, porque me pareceu que estava do meu lado e também que queria ter a certeza de que tinha educado bem o filho, o que aconteceu. Fez um ótimo trabalho”, diz Nana.

“Eles adoram a Nana”, revela Edouard sobre a sua família. “Sempre se mostraram muito felizes por nós.

 

Tomar decisões em conjunto

Viver juntos em Londres foi um passo emocionante para Nana e Edouard. Gostavam de comer em restaurantes da cidade e de passar os fins-de-semana a passear por galerias e museus.

Mas a mudança de Edouard para o Reino Unido não foi isenta de dificuldades. Não conhecia ninguém em Londres, para além de Nana, e achava a cidade um lugar implacável e por vezes solitário. Estes sentimentos foram exacerbados com a chegada da covid no ano seguinte.

Mas, quando as restrições ao coronavírus foram brevemente levantadas, no verão de 2020, Nana e Edouard fizeram várias viagens a Espanha, aproveitando o sol depois de meses confinados ao apartamento de Nana em Londres.

Ela, que sempre adorou Londres, começou a considerar a hipótese de criar raízes noutro lugar.

“Assim, quando chegámos ao início de 2021, estávamos a pensar em comprar uma casa em Espanha”, conta Nana.

O casal considerou Ibiza, mas numa viagem a Espanha, apaixonou-se pela cidade de Altea, na Costa Blanca. No início de 2022, Nana e Edouard fizeram uma oferta para comprar uma casa nessa cidade.

Inicialmente, pensaram na casa de Altea como uma casa de férias. Mas, em agosto desse ano, Nana e Edouard começaram a pensar na possibilidade dele se mudar para Espanha a tempo inteiro.

Dois anos após o início da sua vida em Londres, Edouard ainda estava a lutar para se realizar no Reino Unido. Por muito que gostasse de estar com Nana, sentia falta do estilo de vida espanhol, mais amigável e descontraído.

“Era uma vida difícil em Londres”, é como Edouard define esse período hoje.

Ao longo de dois meses de longas e profundas conversas, Nana e Edouard discutiram a forma como deviam seguir em frente. Embora Nana adorasse a ideia de se mudar para Espanha com Edouard, o seu trabalho ainda a prendia ao Reino Unido. E ela gostava do seu trabalho – tinha estudado arduamente para se tornar advogada, qualificando-se mais tarde – e não estava disposta a desistir da sua carreira.

“Por isso, disse-lhe: ‘Olha, porque é que não voltas para Espanha e eu continuo a trabalhar em Londres e vamos fazer com que resulte?’”

Nana e Edouard estavam confiantes no amor que sentiam um pelo outro, certos de que um pouco de idas e vindas do Reino Unido para Espanha era viável. Não para sempre, mas por agora.

Atualmente, Edouard e Nana vivem em Altea, na região espanhola da Costa Blanca, na foto. Lavrinenko/iStockphoto/Getty Images

Assim, em meados de 2022, o casal estabeleceu-se numa nova normalidade, que se mantém até hoje. Edouard vive em Espanha a tempo inteiro, trabalhando para uma empresa de consultoria informática, enquanto Nana passa os dias de semana em Londres e os fins-de-semana em Altea. Ela descreve-se a si própria como “a deslocar-se de Espanha para Londres”.

Quase de imediato, Edouard e Nana sentiram que tinham feito a escolha certa. Concentraram-se em fazer da sua casa em Altea um lar e adotaram também uma gata.

“A minha vida profissional é em Londres, mas a minha vida familiar com o Edu, com a nossa gata Petra, é em Altea”, onsidera Nana.

“A mudança para Espanha tem sido fantástica e tem mudado a minha vida a nível pessoal e, para o Edu, é como voltar a casa. De muitas formas, parece que agora temos o melhor dos dois mundos.”

Além de trabalhar como advogada, Nana também está a construir uma carreira como estratega e mentora de carreira. Está a criar uma conta no Instagram – @nanaaaprempeh -, que descreve como um “escape criativo” e um espaço “concebido para educar, capacitar e inspirar outros a serem suficientemente ousados para seguirem a carreira e o estilo de vida dos seus sonhos”.

Através da sua presença no Instagram, Nana é apaixonada por promover o facto de a vida, as oportunidades de carreira e as possibilidades românticas não terminarem quando se chega aos 40 anos.

De facto, Nana e Edouard sugerem que, ao encontrarem-se um pouco mais tarde, ambos tinham uma maior compreensão do que queriam. Sabiam que valia a pena lutar pela sua relação, mesmo quando se deparavam com obstáculos.

“Penso que se o tivesse conhecido talvez cinco anos antes, por qualquer razão, poderia não ter resultado”, diz Nana. “Mas acho que estávamos ambos num período das nossas vidas em que queríamos as mesmas coisas. E acho que por querermos as mesmas coisas, fizemos com que resultasse. Se queres mesmo que algo resulte e amas a pessoa, então vais fazer com que resulte.”

Edouard acrescenta que estava “a sentir-se muito bem com a vida”, quando conheceu Nana e sabe que ela também estava. Ele acha que isso foi importante para estabelecer uma base sólida para a sua relação.

“Sentia-me feliz com a minha vida e não sentia que precisava de alguém para a completar”, concorda Nana. “Mas ele veio, complementou-a e tornou a minha vida muito melhor por isso.”

A sua relação atual é definida por “amizade, muito apoio mútuo, confiança, respeito e muitas gargalhadas”, como diz Nana.

“Não me lembro de ninguém que me faça rir mais do que ele”, diz ela.

 

Olhando para o futuro

Edouard e Nana estão entusiasmados com o seu futuro juntos. Óscar Martínez Osés

Atualmente, Nana e Edouard estão ansiosos por um futuro em conjunto. “Gostaríamos que fosse em Espanha, mas nada de exagerado. Os casamentos íntimos são o caminho a seguir e, na minha opinião, muito mais românticos”, diz Nana.

Mais tarde, o casal espera viver junto em Espanha. Também sonham em explorar o mundo juntos.

“É esse o nosso sonho”, diz Nana. “Estarmos sempre juntos e viajarmos muito. Por agora, vivemos um dia de cada vez”.

“Estou ansioso por partilhar a nossa vida juntos, como já começámos”, diz Edouard. “Temos muito por que ansiar.”

Atualmente, Nana e Edouard olham para o verão de 2018 e sentem-se gratos pelo seu primeiro encontro em Ibiza – mas especialmente gratos pelo trabalho que ambos fizeram para que a sua história de amor perdurasse.

“O acaso pode ter um papel importante, mas não totalmente”, diz Nana. “Fui atrás dele e liguei-lhe. Dizem-nos sempre que não devemos ir atrás de um homem, mas eu peguei no telefone e liguei-lhe. E isso mudou a minha vida.”

“Um telefonema pode mudar tudo”, diz Edouard, que diz que ficará sempre contente por Nana não ter ‘medo de correr este risco’.

“Temos de seguir o nosso instinto, temos de seguir a nossa intuição e temos de nos manter fiéis a nós próprios”, acrescenta Nana. “Isso valeu a pena a longo prazo. E sabes, mesmo que tudo acabasse amanhã, nunca me arrependeria da experiência que tive. Nem toda a gente tem a oportunidade de encontrar o verdadeiro amor na vida, e eu sinto que fomos muito privilegiados por isso. Por isso, eu diria sempre a qualquer pessoa que esteja a pensar em lançar-se no amor que o faça”.

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