As propostas foram hoje apresentadas numa reunião da Conferência dos Presidentes das Comissões do Parlamento Europeu, na qual os partidos representados na assembleia europeia propuseram que as audições aos comissários europeus indigitados — incluindo à portuguesa Maria Luís Albuquerque — ocorra ou na terceira semana de outubro ou na primeira semana de novembro, informaram fontes europeias à agência Lusa.
A decisão cabe à Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu (que junta a presidente da instituição, Roberta Metsola, e os líderes dos partidos), que se reúne na quarta-feira para avaliar estas duas propostas, segundo as mesmas fontes.
Na quarta-feira será também decidido o formato destas audições, sendo que uma proposta hoje consultada pela Lusa sugere que Maria Luís Albuquerque, a quem foi atribuída a pasta dos Serviços Financeiros e da União da Poupança e do Investimento, seja ouvida pela comissão parlamentar dos Assuntos Económicos e Monetários.
Essa audição parlamentar seria promovida em conjunto com as comissões de Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores e das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos, de acordo com a mesma proposta.
A Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu vai tomar estas decisões na quarta-feira e fontes europeias ouvidas pela Lusa admitem que, mesmo que as audições sejam só em novembro, o voto final em plenário pode ainda ocorrer nesse mês para a nova Comissão Europeia tomar posse em dezembro, no pior cenário.
“O Parlamento está pronto para trabalhar há várias semanas e pode ser até mais rápido do que em 2019”, adiantou uma destas fontes.
Em meados de setembro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs então a pasta dos Serviços Financeiros e da União da Poupança e do Investimento para a comissária nomeada por Portugal, a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque.
Na altura, Von der Leyen falou numa pasta “vital para completar a União do Mercado de Capitais e para garantir que o investimento privado potencie a produtividade e inovação” europeia.
Nas declarações aos jornalistas, a líder do executivo comunitário vincou que a antiga governante portuguesa “será excelente nessa pasta porque tem uma vasta experiência como ministra das Finanças, mas também uma enorme experiência no setor privado”, ao ter passado por instituições financeiras como a Morgan Stanley e a Arrow Global.
Questionada precisamente sobre a sua experiência no privado após ter exercido um cargo público, Von der Leyen salientou na mesma ocasião que tal será “muito relevante porque toda a legislação [europeia] deve refletir o interesse de todos os europeus e ter em conta os diferentes pontos de vista das diferentes partes interessadas”.
Isso mesmo ficou explícito na carta de missão, na qual a presidente da Comissão Europeia pediu à comissária portuguesa indigitada que use a sua experiência para “desbloquear montante substancial de investimento” para União Europeia.
Aos 57 anos, a antiga governante portuguesa é uma das 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% para mulheres e de 60% de homens) do novo executivo comunitário de Von der Leyen, agora sujeito a aval parlamentar, que tem como principal missão a competitividade económica comunitária.
A aprovação do Parlamento Europeu vai também ditar quando o novo colégio de comissários entra em funções, se a 01 de novembro ou a 01 de dezembro.
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