Quinta-feira, Outubro 24

O sentido de humor e o espírito de resiliência que caracterizavam Marco Paulo, mesmo quando “já sabia que a sua condição era muito difícil”, são duas qualidades que Daniel Oliveira, diretor de programas da SIC, destaca em direto na SIC Notícias.

O diretor de programas da SIC, Daniel Oliveira, relembra Marco Paulo, o “mito” que “conseguiu manter o sucesso ao longo dos anos”, mesmo “travando duras batalhas do ponto de vista de saúde”.

Na antena da SIC Notícias, via telefone, Daniel Oliveira afirma que o cantor “deixa um legado para o cancioneiro popular português que é inigualável”.

“De alguma forma ele já era um mito e esse mito agora vai só engrandecer porque aquilo que ele conseguiu, num contacto direto com o público, numa época – nos anos 70 e 80 – sem redes sociais, sem a expansão de comunicação que temos hoje, ele conseguia ser o artista mais popular do país e conseguiu manter esse sucesso ao longo dos anos, travando duras batalhas do ponto de vista de saúde”, enaltece.

O artista, juntamente com Ana Marques, apresentava o programa “Alô Marco Paulo”, na SIC, um projeto “que lhe dava algum alento”. Acrescenta que, mesmo “em alturas de grande fragilidade, fazia questão de fazer o programa”.

A SIC lançou, em 2022, o documentário “Marco Paulo”, uma produção que “documenta bem a história dele [Marco Paulo] “:

“Alguém que parte de uma condição de vida muito adversa e que tem um sonho e que não desiste de lutar por esse sonho e que consegue, exclusivamente pelo talento da sua voz e pela escolha das canções que queria cantar, consegue atingir o estrelato”, refere.

O diretor de programas da SIC elogia a proximidade que o artista mantinha com os fãs e recorda uma “particularidade” do cantor:

“Ele atendia o telefone às fãs, ele dava o telefone de casa às fãs e o próprio recebia os telefonemas e estava em contacto com o público.”

O sentido de humor e o espírito de resiliência que caracterizavam Marco Paulo, mesmo quando “já sabia que a sua condição era muito difícil”, são duas qualidades destacadas por Daniel Oliveira:

“Queria que o público o visse como ele queria ser visto. Isto é, sem agruras da vida, sem as dores que, porventura sentia. Queria mostrar esse lado de felicidade”.

Cantor lutava contra doença oncológica

Marco Paulo foi o intérprete de êxitos como “Eu tenho dois amores” e “Maravilhoso coração” e recebeu um Disco de Diamante, por mais de 1,5 milhões de discos vendidos.

O cantor, cuja carreira esteve ligada durante cerca de 34 anos ao produtor musical Mário Martins na discográfica Valentim de Carvalho, construiu um repertório maioritariamente de versões em português, tendo optado por um modelo de atuação no esteio de nomes como Tony de Matos (1924-1989), Rui Mascarenhas (1929-1987) e António Calvário.

Entre outros, Marco Paulo trabalhou com António José, Mário Martins, Rosa Lobato de Faria, Joaquim Luís Gomes, Fernando Correia Martins, Jorge Machado, Shegundo Galarza, Luís Filipe e Emanuel, entre músicos, escritores/letristas, produtores.

Em maio de 2022, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o cantor com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique, e Marco Paulo publicou o seu derradeiro álbum de estúdio, “Por ti”, anunciado pela editora Espacial, que o representou nos últimos anos, com quatro inéditos de José Cid, Elton Ribeiro, Miguel Gameiro e Nelson Canoa, a par de versões de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, e de uma homenagem a Dino Meira.

Em junho desse ano, o artista anunciou que sofria um cancro no pulmão, mas afirmou acreditar que ia ultrapassar a doença.

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