Terça-feira, Outubro 22

No final da reunião da Comissão Política Nacional de PS, que durou cerca de quatro horas e da qual saiu a aprovação por unanimidade da proposta do líder socialista de viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), Carlos César disse aos jornalistas que esta “foi uma noite muito importante também para a democracia portuguesa” e na qual houve uma “manifestação de grande unidade do PS”.

 

“Se nos pergunta: custa-nos viabilizar este orçamento? Claro que nos custa. Nós não gostamos deste orçamento, nós não confiamos neste Governo, mas nós entendemos que primeiro está o país”, assumiu.

Para o presidente do PS “não pode haver uma situação de paralisia na administração” do país, mesmo se não os socialistas não confiam na condução da governação que está a ser feita pelo executivo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro.

“Estivemos aqui numa reunião de um partido que não gosta de um orçamento, que não confia num Governo, mas que ponderou o interesse nacional e aquilo que nos afigura mais importante, que era considerar que nesta situação de grande fragilidade que o país atravessa, com a conjuntura externa com riscos que não são de menosprezar, a melhor atitude seria a de evitar que houvesse uma paralisação da administração no país”, justificou.

Sublinhando que esta “posição foi assumida por unanimidade”, Carlos César considerou tratar-se de uma “manifestação de grande unidade do PS, mas também de grande apuramento no sentido da defesa do interesse nacional”.

“Um partido que faz isso, considerando ser um partido que simultaneamente quer ser o partido da oposição e o partido de alternativa ao Governo, é um partido que põe acima do seu próprio interesse o interesse do país e dos seus concidadãos”, defendeu, sublinhando que “não houve qualquer divisão [interna] na fase anterior”.

Sobre a estratégia do PS na especialidade do OE2025, o presidente do PS referiu que esta ainda não foi discutida, mas lembrou que Pedro Nuno Santos já disse que nessa fase orçamental o partido “não contribuiria para qualquer alteração do saldo orçamental que foi apontado pelo Governo”.

“O PS naturalmente que não poderá votar a favor aquilo que toda a gente sabe que é contra, mas o seu compromisso na especialidade do orçamento é não afetar o saldo orçamental. Decidirá caso a caso, conforme as circunstâncias, aquilo que irá fazer, sem qualquer dramatismo e sem ter a ambição de fazer com que este orçamento seja o seu orçamento porque definitivamente não é”, apontou.

Carlos César recusou a ideia de que o PS fique fragilizado ao viabilizar este orçamento.

“O PS acha que não devia haver eleições antecipadas, que não devia haver uma rutura da administração porque é esse o problema, não é saber que resultado daria as eleições, é ter a certeza que durante meses consecutivos havia uma administração paralisada em função de um processo eleitoral. Isso é que seria grave para o país”, explicou.

Defendendo que o PS “é o maior e o melhor” partido da oposição, Carlos César adiantou que o partido fará “uma explicação muito clara aos portugueses daquilo que entende que devia ser feito e que não está a ser feito”, com propostas para aquilo que “é o melhor” para Portugal.

O presidente socialista acusou o Governo de Luís Montenegro de fazer “anúncios sobre o que já foi anunciado” e também “dezenas e dezenas de inaugurações de obras que não planeou e que não fez”.

“Um Governo que faz flores com os fundos que o PS, através de uma política séria de gestão das finanças públicas, conseguiu reservar e que no decurso do mandato, se prosseguisse, teria que fazer, de satisfação de algumas reivindicações de classes profissionais”, afirmou.

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