Quarta-feira, Outubro 23

Mesmo assim, nem todos têm facilidade de acesso ao mercado. As associações que representam os viticultores insistem na necessidade de se investir numa maior promoção dos vinhos.

Depois das vindimas, o lavar dos cestos não aliviou os viticultores do Douro. As uvas que ficaram nas vinhas são agora um peso para os produtores que não tiveram a quem as vender. 

Um problema que António Correia este ano antecipou. Decidiu que era tempo de produzir o próprio vinho e é do lagar do avô que vai sair a produção mais especial. O produtor acredita na matéria prima e trata de fazer tudo à antiga neste lote especial para o valorizar. Ao todo vai produzir à volta de 33 mil litros de vinho.

“O timing certo era este, também temos um assessor que torna as coisas mais fáceis, se não vendermos o vinho também o podemos destilar, temos várias marcas de destilados, gins, vodkas, portanto, temos uma coisa fora do país, uma coisa muito bem montada, e isto é uma questão de rentabilizarmos tudo o que temos”, diz António Correia, viticultor.

O facto de António ser empresário e ter um hotel é um ponto de partida para as vendas que faz toda a diferença e não está ao alcance de outros produtores. Para as associações que os representam, o importante nesta altura de crise é não deixar desvalorizar os vinhos do Douro.

“Nós que temos que investir mais na promoção dos nossos vinhos, vinhos de mesa e vinhos do Douro, em particular, até porque o vinho do Douro há muitos anos que está a perder quota de mercado isto só se contraria com promoção, com marketing, com investimento na venda de ouro produto”, explica Rui Soares da Prodouro – associação de viticultores do Douro

O ministro da agricultura já fez saber que está sensível a esta questão e assim que o Orçamento do Estado entrar em vigor serão descativadas as verbas do Instituto da Vinha e do Vinho e do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto para a promoção que tanto se reclama no setor.

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