Segunda-feira, Outubro 7

O comentador da TVI salientou que a viabilização do Orçamento do Estado para o próximo ano é vital para dar um sinal de “prudência e racionalidade” nas difíceis circunstâncias atuais, e defende que a aprovação por parte da oposição “é apenas um ato de responsabilidade”

No Global deste domingo, Paulo Portas analisou as negociações para o Orçamento do Estado. O comentador da TVI, do mesmo grupo da CNN Portugal, afirma que o primeiro ministro “geriu a sua parte com inteligência”.

“Fez uma proposta que é muito difícil de recusar por Pedro Nuno Santos. Não digo que é irrecusável, mas é muito difícil de recusar”, considerou o comentador.

Portas afirma que Montenegro “cedeu e mostrou flexibilidade em parte dos dois pontos que Pedro Nuno Santos tinha levantado como condições absolutas e que, provavelmente, julgou” que o primeiro-ministro “não cederia”.

Sobre as propostas em si, o comentador da TVI afirma que “não há grandes divergências” sobre o IRS. “O IRS Jovem passa a ter maior progressividade e o que está em causa é saber se durará 13 anos ou sete. Acho que o meio caminho é à volta de 10, não é muito difícil chegar a acordo”.

Sobre o IRC, contudo, Portas considera que “ninguém pode estar a assumir compromissos para o Orçamento para 2026”.

“Se Luís Montenegro pedisse a Pedro Nuno Santos ‘garanta-me que vota o Orçamento de 2025, mas também o de 26’, as pessoas achariam estranho. Se Pedro Nuno Santos diz ‘garanta-me que não baixa o IRC em 2026’, é um pedido impossível. O ponto de consenso é que só há determinações sobre 2025”, expressa.

Paulo Portas salientou, por fim, que a viabilização do Orçamento do Estado para o próximo ano é vital para dar um sinal de “prudência e racionalidade” nas difíceis circunstâncias atuais, e defende que a aprovação por parte da oposição “é apenas um ato de responsabilidade”.

“Com o mundo como está, sem sabermos se vem aí uma onda de protecionismo que dá cabo da economia global a partir dos EUA, sem sabermos se a guerra no Médio Oriente vai escalar e ter consequências económicas, com a Europa como está, com a Alemanha fraca, a França com problemas, a última coisa que Portugal deve fazer é dar um sinal de instabilidade que se some à instabilidade à nossa volta”, conclui Portas.

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