Quarta-feira, Janeiro 15

“Não vamos [close agencies] e vamos manter o mesmo número de agências em 2025 e 2026”, afirmou Paulo Macedo numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças.

O administrador executivo (CEO) da CGD está a ser ouvido no parlamento sobre os serviços bancários prestados pela CGD na sequência de críticas de diversas entidades – Comissão de Trabalhadores, sindicatos e também municípios – sobre a redução de serviços em alguns balcões.

Segundo o CEO, o que tem sido feito no banco público é adaptar as agências à evolução tecnológica porque “ninguém quer que a Caixa fique imóvel, que todos os outros se modernizem e a Caixa não”, e acrescentou que em todas as agências há são trabalhadores “para apoiar os cidadãos que têm mais dificuldade em lidar” com as transações bancárias (mesmo as mais digitalizadas).

Paulo Macedo considerou ainda que se nas décadas de 1980 e 1990 a grande questão da inclusão na banca era a inclusão geográfica, hoje é a inclusão digital e disse que a CGD adaptou os seus balcões mas, ao mesmo tempo, proporcionando meios para não deixar os clientes para trás.

“Não vamos descurar a inclusão física, mas a prioridade é dotar as pessoas de meios para a inclusão digital”, afirmou Macedo.

O CEO da CGD afirmou que não há degradação do serviço na CGD, porque caso contrário não seria um “banco líder” e a crescer em crédito e depósitos.

Na sequência das notícias sobre a redução dos serviços nas agências bancárias CGD nos últimos meses de 2024, os deputados convocaram diversas entidades ao parlamento para esclarecer a situação.

Na semana passada, no parlamento, a Comissão de Trabalhadores da CGD afirmou que o banco público está a reduzir a prestação de serviços bancários, sobretudo no interior e ilhas, e que a empresa não está, por isso, a cumprir a sua missão de serviço público.

Segundo a CT, o número de encerramentos de agências da CGD até 2023 teve um grande impacto na reputação do banco público, pelo que houve uma mudança de paradigma com a administração do banco, liderada por Paulo Macedo, optando por manter agências mas reduzindo os serviços prestados (com mais balcões sem caixas) e redução do número de trabalhadores (balcões com um, dois ou três funcionários).

“Não fechámos, mas reduzimos, restringimos, alteramos a forma como funciona”, afirmou o coordenador da CT, Jorge Canadelo, aos deputados, considerando que com as decisões recentes a administração da CGD está também a minar a coesão do país.

No final de setembro, a CGD contava com 6.227 colaboradores distribuídos por 512 agências. O banco público teve lucros de 1.369 milhões entre Janeiro e Setembro (mais 40 por cento face ao mesmo período de 2023).

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