Sábado, Outubro 12

Um casal de artistas que vive em Israel há cerca de um ano tem pintado vários abrigos no Norte de Israel, junto à fronteira com o Líbano, uma região que tem sido palco da escalada de tensões entre Telavive e o Hezbollah.

Um casal de artistas provenientes da Bielorrússia está a dar cor aos abrigos colocados numa cidada israelita onde os bombardeamentos são agora uma ameaça constante para a população.

Lidia e Igor Katliarski abandonaram a Bielorrússia em 2022 depois do início da guerra na Ucrânia. A incerteza a que se assiste na região levou-os a abandonar o país natal, uma decisão reforçada depois de o líder da nação, Lukashenko, ter reprimido fortemente os protestos levados a cabo pelos cidadãos contra a invasão russa da Ucrânia.

Um ano após a mudança para Israel, a dupla de artistas viu-se novamente próxima de um conflito armado, desta vez no Médio Oriente.

Decidiram agir. De forma a devolverem alguma “positividade” aos habitantes da cidade de Nahariya, os bielorrussos ofereceram-se para pintarem alguns abrigos que albergam pessoas quando soam os alarmes que avisam a população de que um ataque aéreo se aproxima.

“Quando a guerra em Israel começou, pensámos em como poderíamos ajudar, como poderíamos ser úteis aqui. Fomos à Câmara Municipal e, primeiro, disseram-nos para darmos algumas aulas de pintura a idosos para os acalmar. Depois, pediram-nos para pintarmos alguns abrigos antibombas como voluntários. Pintámos cinco desses abrigos. Depois, o Presidente da Câmara anunciou um concurso para pintar todos os abrigos da cidade [Nahariya] e nós ganhámos”, revela Igor Katliarski.

Desde então, o casal já pintou 25 ‘bunkers’ com cores e padrões alegres, que contrastam com o sentimento dos israelitas que habitam a região.

Enquanto aguardam o momento em que as suas capacidades artísticas deixarão de ser necessárias para este propósito, o casal garante que não irá parar de dar cor às infraestruturas que protegem os cidadãos do fogo inimigo.

“Porque estamos a tentar tornar estas imagens tão positivas e compreensíveis quanto possível para um círculo muito grande e alargado de pessoas – para crianças e adultos, para mulheres e homens – para que sejam igualmente positivas para todos. Para que este motivo positivo supere a ansiedade do próprio significado desta estrutura”, aponta Lidia Katliarski.

Com Reuters

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