Terça-feira, Novembro 26

Ministra da Saúde

No seguimento dos supostos erros ocorridos recentemente no INEM com as trágicas consequências que se conhecem e lamentam, era fácil prever que nos dias seguintes iria cair na cabeça da ministra da Saúde uma chuva intensa de drones verbais vindos dos grupos parlamentares. De facto, foi esse episódio que ontem assistimos no Parlamento e onde algumas vezes as intervenções dos deputados não fizeram com que a dignidade da instituição e a natureza do assunto fossem deixadas. Por sua vez, a ministra mostrou-se firme e tranquila, clara nas respondeu e respondeu bem quando a retórica virou boçalidade. Nada surpreendente se nos lembrarmos da maneira airosa e quente como esteve à frente do maior hospital nacional.

É do conhecimento geral que a gestão da política de saúde não que respeita ao acesso, prestação de cuidados e respectivos custos e boa qualidade dos recursos humanos é seguramente das mais difíceis, complexas e cheias de riscos na imagem pública de quem exerce tais cargas. Daí, não nos parecer sensato nem justificado pedir a demissão quando está decorrido um pouco mais de meio ano de Governo e o executor diz em voz alta a quem o acusa que”não foge, não mente, nem se esconde”, o que convenhamos é bem raro no panorama da política nacional.

José Manuel Pavão, Porto

Bens públicos e seus compromissos

Quem deveria governar os bens públicos, entregues à sua guarda, não o faz devidamente, só se preocupa com o que lhe dá visibilidade e até acessos a comprovados indevidos. É por isso mesmo que a justiça é cada vez mais entupida, com processos com volumes elevados, difíceis de resolução, acabando por prescreverem no tempo, bem como à custa de altos honorários, outorgados aos advogados, que defendem acerrimamente esses alegados crimes.

O rol desses graúdos ladrões do país já compõe vários tomos, onde neles se podem ver todas as artimanhas engendradas, a fim de terem deitados as mãos àquilo que não lhes pertencem. Mas falemos agora dos casos fatais aconteceram com a falta do INEM, com a morte de vários idosos, por falta de socorro.

Esta é uma das pontas do icebergue do martírio em que muitos velhos vivem em Portugal. Há sempre dinheiro para tudo o que não é necessário para o dia a dia da população, em geral. Para o banco, saqueada pelos próprios administradores e seu comandante, para o desnorte criminoso na TAP, para a Web Summit e outras aparências alegadas falcatruas, o dinheiro jorra sem cessar. Todavia, para o SNS, INEM, lares de idosos e quejando, nunca há dinheiro. Só algumas “esmolas”.

A estes assuntos os políticos não se ligam patavina, não defendendo sequer o serviço público e universal de Saúde, em Portugal, pois até têm um serviço privado para os seus trabalhadores: a ADSE.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

Resultados das provas de aferição

Na análise aos resultados das provas de aferição, o IAVE ressalva, e bem, que esses resultados “são condicionados por situações pessoais e contextuais”. Arrisco inclui aqui o excessivo formalismo da execução das provas, as respostas em formato electrónico, as dificuldades no entendimento das questões, a uniformização das provas para uma diversidade enorme de alunos a nível nacional, o seu estado emocional. Isso afeta muito mais os alunos do 2.º ano por serem submetidos a essas provas numa fase ainda muito incipiente do seu desenvolvimento escolar. Aquela ressalva deveria mesmo figurar no título do artigo em vez de “resultados pobres e preocupantes”. Com efeito, esses resultados, além de colidirem com a avaliação formativa, não refletem o árduo e exigente trabalho que se faz em sala de aula, onde é necessário gerenciar a resistência dos alunos à complexidade dos currículos, a sua heterogeneidade social e de aprendizagem, entre outras contrariedades.

José M. Carvalho, Chaves

Estamos a contribuir para a humilhação da Ucrânia​

O tempo passa. As promessas de ajuda são muitas e estão aprovadas, mas, verdade, verdade mesmo, é que só uma pequena parte do que já foi aprovada foi entregue. Os EUA e a Europa estão à espera de quê? Que a Ucrânia seja humilhada e decapitada de uma quantidade significativa do seu território para que este fique na posse da Rússia, invasor sem motivo a não ser o desejo de Putin. Infelizmente para os ucranianos, que estão registrados ao mundo como se defendem um país que se amam, estamos a contribuir para que eles sejam obrigados a aceitar ou que o invasor quiser. Esta realidade é chocante e deveria ser objeto de comentários do mundo livre, que, a curto prazo, poderá sofrer na pele a sede de império manifestada por Putin. Já agora, a presença de 10.000 soldados da Coreia do Norte para combater a Rússia não incomoda ninguém?

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

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