Domingo, Outubro 20

O legado deixado pelos habitantes de Kansas City em 1924 foi revelado aos descendentes de 2024.

Uma cápsula do tempo, sepultada há um século num dos mais icónicos memoriais da I Guerra Mundial nos Estados Unidos, foi aberta no dia 16 de outubro. Estava sepultada numa torre de 66 metros de altura em Kansas City, encimada por uma chama gigante.

O primeiro desafio foi alcançar a cápsula. As equipas tiveram de perfurar 45 centímetros de betão e calcário, segundo Christopher Warren, curador-chefe do Museu e Memorial Nacional da I Guerra Mundial.

“Não foi fácil, não havia uma porta que nos permitisse simplesmente retirar a cápsula”, explicou à Associated Press.

Outro problema surgiu quando descobriram que a cápsula continha um filme dos anos 1920 feito com nitrato, um material altamente inflamável com o tempo. Para garantir a segurança, o esquadrão anti-bombas da polícia local esteve presente durante a abertura da cápsula. Felizmente, “nada pegou fogo”, disse Warren.

Perante uma plateia repleta de crianças, o conteúdo da cápsula foi revelado, após uma avaliação cuidadosa. Um dos destaques foi uma carta do Presidente Calvin Coolidge, na qual elogiava o espírito comunitário.

O monumento, de estilo egípcio, foi erguido em 1919, após uma campanha de angariação de fundos que recolheu 2,5 milhões de dólares em menos de duas semanas – o equivalente a 45 milhões de dólares hoje. De tal forma impressionante, que os comandantes aliados dos EUA, Bélgica, Grã-Bretanha, Itália e França consagraram o local em 1921, três anos antes da cápsula ser enterrada.

O memorial localiza-se perto da estação ferroviária de Kansas City, por onde mais de metade das tropas norte-americanas passaram a caminho da guerra. Atualmente, há um museu por baixo do monumento.

Durante a cerimónia, foi revelada uma carta que se esperava ter sido escrita à mão pelo General John J. Pershing, comandante das forças norte-americanas na I Guerra Mundial. No entanto, a carta era, na verdade, uma nota explicando que Pershing não respondeu ao pedido do comité da cápsula do tempo.

“Isto é basicamente uma nota de ausência do escritório com 100 anos”, brincou Warren.

O museu já está a planear a criação de uma nova cápsula do tempo para ser aberta no futuro.

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