Quinta-feira, Setembro 19

Liderado pela Carité e sob coordenação do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP), o consórcio responsável pelo projeto — que engloba 45 copromotores, incluindo universidades, empresas e instituições do sistema científico e tecnológico – está a desenvolver novas soluções tecnológicas, abrangendo desde ilhas de automação a linhas integradas e plataforma digitais.

 

Segundo a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), até ao final do próximo ano serão desenvolvidos 34 produtos inovadores que, num investimento de 60 milhões de euros, prometem fazer da indústria portuguesa de calçado “a mais qualificada do mundo”.

Os primeiros resultados deste projeto, que está enquadrado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), serão apresentados na feira de maquinaria e tecnologias para a indústria do calçado Simac, que decorre de hoje a quinta-feira em Milão, Itália.

Citada num comunicado, a coordenadora do projeto explica que o objetivo é “aumentar o grau de especialização da indústria portuguesa de calçado para novas tipologias de produto” e potenciar “a capacidade de oferta das empresas portuguesas de calçado através do reforço da capacidade de fabricar médias e grandes encomendas, utilizando processos de montagem mais eficientes”.

Segundo Florbela Silva, a nível da inovação, o FAIST prevê “a modernização dos processos e de novos produtos, tornando a indústria portuguesa mais ágil e competitiva”.

Para tal, aposta no “desenvolvimento de processos produtivos robotizados e automatizados, ‘software’ de gestão e controlo de produção, em paralelo com o desenvolvimento e produção de novas tipologias de produtos ecológicos e sustentáveis”.

Já no domínio da eficiência produtiva, com este projeto o setor pretende “aumentar o seu grau de especialização, reduzindo o desperdício de energia e recursos com uma imprescindível maior qualificação e capacitação dos recursos humanos”.

No final, acrescenta, “a disseminação destas tecnologias pelo setor estará assegurada por um programa de comunicação estruturado e inovador, permitindo ganhar escala internacional”.

A coordenadora do FAIST considera que um dos fatores críticos do projeto passa pela “atração de empresas de base tecnológica, com tradição e experiência noutras indústrias, para desenvolvimento de novos equipamentos e processos industriais disruptivos, mais eficientes e com aumento de capacidade produtiva”.

“A concretização deste projeto dará um impulso significativo ao ‘cluster’ do calçado e marroquinaria português, aumentando o seu grau de especialização tanto em novos produtos, como em bens de equipamentos e processos”, sustenta Florbela Silva.

Como consequência, “serão alcançados aumentos importantes na agilidade da resposta aos mercados e da sustentabilidade, suportadas em tecnologia e inteligência, com uma elevada diferenciação e projeção internacional”, acrescenta.

De acordo com a APICCAPS, o ‘cluster’ português do calçado e artigos de pele tem vindo a prosseguir a sua “estratégia de diversificação de investimentos”.

Depois de 70 empresas terem integrado, no último ano, o projeto “Valorização da Oferta”, num investimento total próximo dos três milhões euros, a associação prevê que “um número semelhante de empresas” invista, este ano, na promoção das marcas nos mercados internacionais, nomeadamente nos domínios de assessorias de comunicação e publicidade, adesão a plataformas ‘online’, ‘marketing’ digital ou produção de conteúdos fotográficos e multimédia.

Paralelamente, prosseguem ainda os investimentos no registo de marcas e modelos e em ‘websites’ e lojas ‘online’.

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