Quinta-feira, Outubro 17

O advogado João Medeiros, que representa a massa insolvente da Rioforte e da ESI no caso BES/GES, admitiu que, “se a acusação foi julgada procedente, ou parte substancial” dela, “a consequência necessária terá de ser a existência de penas e prisão efetivas, provavelmente acima do limite dos cinco anos”.

 

À saída do Juízo Criminal de Lisboa, onde arrancou, esta terça-feira, o julgamento ao caso que tem o ex-banqueiro Ricardo Salgado como principal arguido, o advogado respondeu às questões dos jornalistas, ironizando sobre se o julgamento poderá demorar um ano: “Eu apostaria mais”, apontando para a marca temporal dos três anos.

O advogado também admitiu não ter “ideia do património que se encontra, em termos de valor, apreendido à ordem dos presentes autos”, sabendo, sim, que “algum património” respetivo aos seus clientes “está mal apreendido”.

“Não deveria fazer parte do acervo patrimonial que servirá para responder pelas dívidas ao lesado, até porque não tem a ver diretamente com a atividade do banco propriamente dita”, admitiu.

De lembrar que começou, esta terça-feira, o julgamento do caso BES/GES, em que o antigo presidente do banco Ricardo Salgado responde por 62 crimes, alegadamente praticados entre 2009 e 2014. Entre os crimes imputados contam-se um de associação criminosa, 12 de corrupção ativa no setor privado, 29 de burla qualificada, cinco de infidelidade, um de manipulação de mercado, sete de branqueamento de capitais e sete de falsificação de documentos.

Além de Ricardo Salgado, estão também em julgamento outros 17 arguidos, nomeadamente Amílcar Morais Pires, Manuel Espírito Santo Silva, Isabel Almeida, Machado da Cruz, António Soares, Paulo Ferreira, Pedro Almeida Costa, Cláudia Boal Faria, Nuno Escudeiro, João Martins Pereira, Etienne Cadosch, Michel Creton, Pedro Serra e Pedro Pinto, bem como as sociedades Rio Forte Investments, Espírito Santo Irmãos, SGPS e Eurofin.

Segundo o Ministério Público – que diz que Salgado “logrou apropriar-se do património de terceiros” -, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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