Quarta-feira, Dezembro 4

A deputada do Bloco de Esquerda (BE) Joana Mortágua reiterou, esta terça-feira, que a Lusa deve ser “100% pública”. O deputado da IL Rodrigo Saraiva lembrou que o Estado tem de “garantir a vertente dos custos” da empresa.

Estes foram dois dos deputados que conversaram no painel sobre políticas públicas para os meios de comunicação social, na conferência Informação como bem público: Regulação mediática e políticas públicas, promovida pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), na sala do Senado, na Assembleia da República , em Lisboa.

Para a deputada bloquista, a empresa deve ter o capital 100% público, considerando que uma agência de notícias deve ter “conteúdos mais acessíveis” para os mídia regionais e locais, mas esse apoio “não pode resultar no despedimento de jornalistas e na redução de funcionários”.

Rodrigo Saraiva, da IL, destacou, na parte do plano do Governo de apoio à comunicação social, que está prevista uma “redução de receitas da Lusa através do apoio que é dado aos órgãos de comunicação social, sobretudo os locais e regionais”, considerando- a “uma boa medida”, mas, acrescentou, “não é claro como é que o accionista Estado garante a parte dos custos”. Se o Estado é accionista e está a tirar receita à Lusa “tem de garantir a vertente dos custos”, frisou.

“Aceito que a Lusa como agência noticiosa tem um plano regulador informal do ecossistema mediático, acho que a Lusa pode assumir aqui um papel, a Lusa sim, não a RTP, da capilaridade, da territorialidade, não só nacional, mas sobretudo através da diáspora “, disse.

O deputado da IL relatou que “durante duas semanas”, após o Congresso dos Jornalistas, depois de se ter defendido que a agência de notícias tinha de ser uma empresa pública, andou a “explicar aos mais puros dos liberais, aos mais dogmáticos dos liberais , que a Lusa era uma agência noticiosa”, ou seja, andou a “fazer pedagogia”.

Para o deputado, a Lusa pode assumir um papel da territorialidade, não só nacional, mas também da diáspora. Contudo, o Estado accionista deve garantir condições para tal.

A deputada do Livre Filipa Pinto sublinhou que a “Lusa presta um serviço público e tinha obviamente de ser público”, enquanto Alexandre Poço, do PSD, referiu que as medidas do Governo já tomadas “são positivas” para reforçar o papel da Lusa.

Pelo Chega, Jorge Galveias considera que a Lusa deve ser “devidamente regulada, fiscalizada” para que seja garantida a sua independência de qualquer Governo.

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