Domingo, Outubro 6

Foram retirados os cerca de 100 sem-abrigo que viviam há meses no Jardim da Igreja dos Anjos, em Lisboa. Acabaram por ser hospedados em hostels por tempo indeterminado.

Tendas e mais tendas era o cenário no Jardim da Igreja dos Anjos, em Lisboa, durante meses, mas em apenas 24 horas tudo mudou. Cerca de uma centena de pessoas em situação de sem-abrigo foram retirada do local. O autarca Carlos Moedas garante que estão num sitio melhor.

“Estão todos colocados em muitos sítios, em pensões, em hotéis até que consigamos uma outra solução, mas eles não podem ficar ali sem teto. Neste momento, a minha última preocupação é o custo. O custo é o custo de cada uma destas pessoas estarem instaladas numa pensão ou num hotel e a Câmara Municipal vai pagar esses custos. Portanto, não podia haver dúvida que quando estamos a falar de dignidade humana o problema não pode ser os custos”, afirmou Carlos Moedas.

A ação aconteceu na tarde desta sexta-feira e contou com a participação da Junta de Freguesia de Arroios e da Polícia Municipal.

“Todos estes processos de retirar as pessoas da rua… cada caso é um caso. Serão acompanhados pelos técnicos de ação social e será o tempo necessário para que se arranje uma outra resposta. Podemos considerar isto como uma primeira fase de um plano de trabalho e um plano de inclusão”, referiu a presidente da JF Arroios.

Um plano que para alguns partidos não mostra nenhuma solução. O líder do Livre diz que a retirada dos sem abrigo do Largo dos Anjos foi uma operação para promover o 5 de outubro.

“Os sem-abrigo que estão naquela zona de Arroios, à qual nós como vereadores desta câmara e anfitriões do 5 de outubro não precisamos de ser convidados a ir porque estão nas arcadas e nas ruas circundantes. Quer dizer, até se pode fazer uma operação de 4 para 5 de outubro que não estejam exatamente no largo. O Largo dos Anjos não apresentava nenhuma diferença sensível esta manhã”, afirmou Rui Tavares.

Já o Bloco de Esquerda critica Carlos Moedas.

“O discurso de um pequeno Napoleão que não reconhece o facto de Lisboa, hoje estar pior”.

Em resposta, presidente da Câmara de Lisboa diz que não recebe lições de ninguém.

Há cada vez mais pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa. Segundo o Jornal Expresso aumentaram pelo menos 78% entre 2018 e 2022.

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