Quarta-feira, Agosto 14

Barbara Humbert nasceu na Alemanha a 9 de julho de 1939, mas o amor trouxe-a para França e foi o desafio de uma das filhas que a levou à paixão pela corrida, tinha 43 anos.

Barbara Humbert vai participar na “Maratona para Todos”, uma prova que abre pela primeira vez o percurso olímpico a atletas amadores. Este é o maior sonho da atleta de 85 anos, que já cumpriu várias maratonas e vê nesta prova a recompensa pelo treino e dedicação à corrida.

Aos 85 anos, Barbara Humbert corre uma média de 50 quilómetros por semana. Treina nos arredores de Eaubonne, a cidade onde reside, a norte de Paris.

O sorriso no rosto quando fala da corrida diz tudo: Barbara Humbert adora correr. No ano passado, bateu o recorde mundial na sua categoria durante o campeonato francês de atletismo.

“Fiz 125 quilómetros, quase 126 quilómetros em 24 horas. E quando cheguei não estava nada cansada. Provavelmente porque estava muito entusiasmada com o evento. Nem sintia necessidade de dormir”, conta Barbara Humbert, em entrevista à agência Reuters.

Esta atleta já é bisavó, mas distingue-se bem da maioria. Foi a mulher mais velha a correr a Maratona de Paris em abril deste ano – a sua 57ª maratona, terminou em 6h21m01s.

Natural da pequena cidade de Achern, na Alemanha, perto da fronteira francesa, recorda os bombardeamentos das forças aliadas durante a Segunda Guerra Mundial. Acabou por casar com um jovem soldado francês, Jacques Humbert, há 60 anos, e mudou de país.

Começou a correr aos 43 anos, depois de uma das filhas a ter convidado a experimentar. Desde então nunca mais parou, calcula ter corrido cerca de 8 mil quilómetros em corridas oficiais, o suficiente para uma viagem de França a Pequim.

Barbara Humbert diz que não tem qualquer segredo, além do treino regular, uma boa alimentação e a paixão pela corrida, que consegue explicar em poucas palavras:

“Perguntam-me isso muitas vezes. Acho que é uma sensação de liberdade, de bem-estar, de alegria, de comunicação com a natureza, com a floresta, com o campo.”

A atleta veterana acredita que qualquer pessoa pode dedicar-se à corrida, desde que goste o suficiente, começando devagar e treinando regularmente. Admite, no entanto, que a idade a obrigou a abrandar:

“É preciso aceitar abrandar, tenho de descansar um pouco mais para alcançar a proeza de fazer corridas de longa distância, por isso tenho muito cuidado.”

Barbara Humbert está a fazer tudo o que pode para ganhar, na sua categoria, o título de corredora de ouro na “Maratona para Todos”, nos Jogos Olímpicos de Paris.

A atleta tem agora a missão de cumprir um sonho absoluto:

“Esta ‘Maratona para Todos’ é como uma conquista arrebatadora. É um buquê de flores. Afinal, depois de todas as maratonas que fiz até agora, realmente será o buquê. A recompensa.”

Apesar da idade avançada, Barbara não planeia parar tão cedo. “Enquanto as minhas articulações não chorarem de dor, continuarei a correr!”

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