Sexta-feira, Outubro 18

Num estudo que é hoje divulgado, a associação considera que o modelo B (com remuneração por objetivos) já tem provas dadas, mas lembra que a decisão de generalizar o acesso não deu tempo para as equipas amadurecerem e deve ter mais acompanhamento.

 

Sugere igualmente que, uma vez que as Unidades de Saúde Familiar (USF) têm “provas dadas”, este modelo seja importado para os hospitais através dos Centros de Responsabilidade Integrados (CRI), considerando que estas estruturas “estimularam pouco os profissionais”.

“Tem de se pensar um pouco os CRI exatamente à semelhança das USF para poderem também ter mais sucesso. Pode ser esse o caminho”, disse à Lusa o presidente da USF-AN, André Biscaia, acrescentando: “A exportação do modelo USF podia ser para os hospitais, mas também para outras áreas. Eu vejo uma escola ou um museu a funcionar como uma USF”.

E continuou: “O modelo USF é um modelo muito particular. Para além da auto seleção [da equipa], existe alguém da autonomia técnica para digerir as coisas mais importantes da organização de cuidados, mas também um Conselho Geral, em que uma pessoa é um voto, quer seja médico, enfermeira, secretário clínico. E isto leva ao envolvimento de todos”.

Além disso, acrescentou, tem ainda “um modelo remuneratório que é sensível à carga de trabalho e também sensível à qualidade dos cuidados”.

“Isso são 40% daquilo que é a remuneração de um profissional de uma USF modelo B. E isto é único dentro da função pública”, lembrou.

André Biscaia contou que no início das USF B ninguém acreditava que o modelo pudesse funcionar.

“O que é certo é que já passaram 18 anos e estão aí. Há 665 no país todo e têm dado provas e conseguido a sua finalidade, que era melhorar os cuidados. Portugal tem das melhores taxas de internamentos evitáveis e das melhores taxas de mortalidade tratável”, recordou.

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