Quinta-feira, Janeiro 16

O inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa continua a ser, passado tanto tempo, uma publicação fundamental para a divulgação, investigação e conhecimento da arquitectura portuguesa. Imagem de um território traduzido pela arquitetura. Uma publicação que nos mostra um país na sua diversidade, na sua riqueza e onde compreendemos uma condição de relação com o território, que nos revela cada lugar.

Acarinhada a sua realização e publicação num fervor nacionalista próprio de um gosto e de uma política de época, torna-se, desde logo, um manifesto de resistência cultural. Sinal de uma identidade que atravessa nossa história arquitetônica, vem influenciando de forma determinante as gerações de arquitetos que esta publicação se seguiram.

Publicação fundamental para a reflexão e trabalho em qualquer parte do território, revelam a tradição e a história. Pontos de partida ou diálogo que ainda hoje consideramos relevantes, não só compreendendo certas construções no tempo, mas também a sua atualidade.

Esta representação na cultura arquitectónica, pela pequena escala, leva-nos hoje a compreender melhor as identidades, a riqueza, a diversidade de um património que, da sua formulação não erudita, responde às questões do lugar e dos seus recursos. Um depoimento atual que nos leva para a questão da especificidade de cada projeto, na singularidade da resposta a cada problema.

Uma história onde encontramos na experimentação, no rigor da construção, na adequação das condições à realidade, uma poética que, como legado, continua presente na nossa forma de projetar e no nosso universo cultural. Um instrumento do passado que é um instrumento da contemporaneidade.

Arquitecto convidado pela Secil, patrocinador principal da edição

Compartilhar
Exit mobile version