Domingo, Outubro 6

É um ano de boa qualidade para os vinhos no Douro, mas a quantidade é um problema quando há excedente de stocks nas adegas. Para muitos o balanço das vindimas é negro com toneladas de uvas na vinhas porque não há quem as compre.

Tentaram tudo para escoar a produção, mas nesta altura já não há muito que estes viticultores da Moura Morta, na Régua, possam fazer. As casas a quem vendiam as uvas, este ano só ficaram com as destinadas ao vinho do Porto e pouco mais.

No fim das vindimas já não compensa cortar mais nenhum cacho e são toneladas que vão ficar nas vinhas. Só os sócios das cooperativas têm onde entregar toda a produção.

Este ano ninguém reclama das horas de espera na adega de Vila Real. Para estes viticultores é um alívio saber que podem deixar aqui as uvas, mesmo sem saber quanto vão receber no final.

É a crise do mercado dos vinhos a ditar os preços. As vendas estão em baixas e algumas cooperativas não têm dinheiro para pagar aos sócios. É o caso da Caves Vale do Rodo na Régua, que já no ano passado não pagou a colheita.

A linha de crédito bonificado avançada pelo Governo pode ser a solução para poderem pagar aos cerca de 750 sócios. Ainda assim, estas e outras medidas anunciadas não resolvem as perdas dos pequenos e médios viticultores que vão deixar uma boa parte da produção nas vinhas.

Seria uma forma de escoarem o excedente de uvas que há na região. Não será é este ano. O ano em que o trabalho fica pendurado numa terra onde já não veem futuro.

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