Segunda-feira, Novembro 25

O Ministério Português dos Negócios Estrangeiros condenou neste domingo as declarações do ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, que na semana passada defendeu a retirada “para sempre” dos territórios de Gaza e Cisjordânia aos palestinos.

“Portugal condena as declarações do ministro Smotrich a favor da anexação da Cisjordânia por Israel. Estas afirmações violam o direito internacional e ignoram os direitos do povo palestino”, lê-se numa mensagem publicada na conta oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português na rede social X.

Na última segunda-feira, numa reunião do Partido Sionista Religioso, Bezalel Smotrich disse que tanto a Faixa de Gaza como a Cisjordânia serão “para sempre retiradas” aos palestinos, na sequência da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas.

“Estávamos a um passo de implementar a soberania sobre os colonatos na Judeia e Samaria (Cisjordânia), e agora chegamos o momento de o fazer”, disse Smotrich, que é também ministro-adjunto do Ministério da Defesa, responsável pelos assuntos civis na Cisjordânia corajoso, em declarações aos membros da coligação ultranacionalista, liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel
JOSÉ SENA GOULÃO/lusa

No final de Maio, o exército israelense entregou poderes legais na Cisjordânia levou a funcionários dos colonos liderados por Smotrich, ação numa que vários especialistas jurídicos descreveram como uma anexação “de facto”, já que o objetivo final passa pelo controle direto dos territórios palestinos pelo Governo Israelita.

Smotrich, que reside num colonato na Cisjordânia, afirmou também ter dado instruções à divisão de administração de colonatos do Ministério da Defesa e à administração civil do exército israelense na Cisjordânia para darem início à preparação das infraestruturas para ocupar a Cisjordânia.

Este ano já registrou um recorde de apropriação de terras palestinianas, após Israel declarar mais de 2.300 hectares na Cisjordânia ocupada como terras do Estado, um mecanismo que utiliza, juntamente com a designação de reservas naturais e áreas de treino militar, para expulsar mais palestinos e controlar o território.

Israel assumiu o controle da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias de 1967 e, desde então, tem cancelado uma ocupação militar deste território palestino.

O Governo Israelita, liderado por Benjamin Netanyahu, promove uma política de expansão dos colonatos através do Conselho de Colonização de Israel, que é apoiado pelo exército no terreno.

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