Quarta-feira, Outubro 23

O líder do Chega afirma que, até ao momento, nada indica que a polícia “agiu de forma desproporcional e inadequada” quando disparou sobre Odair Moniz, na Cova da Moura. Volta a referir que o polícia responsável pelo disparo mortal “devia ser louvado e não perseguido”.

André Ventura, líder do Chega, acusa o Governo de não apoiar os elementos das forças de segurança, numa altura em que várias zonas da Grande Lisboa têm sido afetadas por desacatos e ações violentas desde o início da semana.

André Ventura afirma que os episódios de violência que se registam na Grande Lisboa estão a ser replicados no Norte do país.

Por essa razão, entende que o Governo deveria esclarecer que “está incondicionalmente ao lado das autoridades” e do polícia responsável pelo disparo mortal.

“Ele devia ser louvado e não perseguido”, reforça.

Aponta que as forças de segurança “não devem ter medo” de repor a ordem pública, mas para isso, nota, “é preciso que, politicamente, seja dito à polícia que pode fazer o que deve fazer, que é conter as ações em curso mesmo que isso implique força”.

“O que esperava deste Governo não era meias palavras – como foram – era uma condenação inequívoca destes atos”, sublinha.

Vinca que, até ao momento, nada indica que a polícia “agiu de forma desproporcional e inadequada” quando disparou sobre Odair Moniz:

“Em vez de refletirmos como devemos conter esta ‘bandidagem’, estamos a refletir como é que a polícia deve fazer o seu trabalho.”

Próxima noite será “difícil”

O líder do Chega acredita que a próxima noite será “difícil” nos “bairros problemáticos à volta de Lisboa, do Porto e de Braga”.

Nesse sentido, apela ao Executivo de Luís Montenegro para que envie “um sinal político de que estas pessoas [os responsáveis pelos desacatos] têm margem zero e tolerância zero”, de forma a evitar outra noite de “conflitos e turbulência”.

Critica ainda o facto de sempre que as autoridades têm de agir, “os primeiros processos não são contra os bandidos são contra a polícia”.

“Para mim, quem incendeia autocarros e ataca polícias tem este nome: ‘rascaria’, eu assumo. Se vierem mais 100 processos, eu assumo”, acrescenta André Ventura, antes de revelar que não acredita que seja necessário mobilizar o exército para conter as ações de protesto.

Homem terá tentado agredir polícias com arma branca

Os desacatos têm sucedido desde segunda-feira após a morte de um homem baleado pela PSP. Odair Moniz, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Segundo a direção nacional da PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial na Avenida da República, na Amadora, e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria a isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

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