Domingo, Outubro 6

Com longa tradição na imobiliária turística, o Algarve concentra boa parte das casas mais valiosas do país. Há mansões vendidas por dezenas de milhões de euros que nunca chegam a ser publicitadas. Não surpreende, por isso, que estejam lá o segundo e terceiro preços mais altos da lista pública de casas à venda em Portugal.

Sobre umas arribas instáveis de Lagos assenta a segunda casa mais cara à venda em Portugal. 27 milhões de euros para desfrutar de sete quartos, salas de estar panorâmicas e uma ilha privada em pleno atlântico.

A fama da casa do Pinhão não é de hoje. Em 2009, a atriz norte-americana Angelina Jolie chegou a ponderar a compra do antigo forte. Viria a ser comprado por outros, na altura por cerca de 8 milhões de euros. Regressa agora ao mercado, remodelada e quase três vezes e meia mais cara.

Valores que não são novidade, a alguns quilómetros dali, na Quinta do Lago. Há três meses uma mansão moderna foi lá vendida por 30 milhões de euros.

Ainda assim, “o mercado tem casas mais caras à venda (…) por 40 a 45 milhões de euros”, garante Miguel Sousa, administrador da Quinta do Lago

Oficialmente, ou melhor, publicamente, o preço mais alto neste momento para uma mansão no resort é de 24 milhões de euros. Será, então, a terceira no top nacional, mas só o valor e algumas características são públicas porque quem vende não quer que se saiba de que propriedade se trata.

“Os preços das casas acima dos 20 milhões, na sua maioria não são listados publicamente (…) Só certos clientes é que têm acesso”, diz Joana Martins, agente imobiliária.

Joana Martins lida há quatro anos com a regra do secretismo que vigora no mercado das maiores mansões da Quinta do Lago. Sem publicidade, fazem-se negócios que ultrapassam os 30 milhões de euros, o que Joana garante que começa a ser “um valor habitual”.

A valorização das propriedades atinge aqui valores impensáveis. Em média 15% ao ano, sendo que só no último chegou ao 20. E não se verifica apenas em mansões.

Um apartamento foi vendido em 2019 por dois milhões e meio, em nova transação no ano passado, ultrapassou os cinco milhões.

Contudo, o resort recusa que se assista aqui ao pináculo da especulação imobiliária em Portugal

“Aqui é muito investimento turístico, é verdade que há cada vez mais pessoas estrangeiras e nacionais a viver no resort, mas não está relacionado com o mercado da habitação”, garante Miguel Sousa.

“É muito pela localização (…) e a segurança que os investidores têm”, acrescentou.

Por segurança entenda-se também privacidade, só revelada às vezes, por erro.

Foi o caso de um lote com cinco mil metros quadrados, à beira da Ria Formosa. A intensão de venda chegou a ser publicitada em Setembro por 45 milhões. A oferta deixou de ser pública pouco depois.

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