Sexta-feira, Julho 5

A especialista apresentou um ‘paper’ sobre a evolução dos ciclos de política monetária onde conclui que o período atual “não tem precedentes”, pelo que existe ainda incerteza sobre os efeitos das decisões dos bancos centrais relativamente às mexidas nas taxas diretoras.

Assim, os “futuros ajustamentos das taxas de juro devem ser cautelosos e graduais”, alertou a professora do MIT, salientando que é necessário perceber se os ciclos vão “reverter para os padrões pré-2008”.

Kristin Forbes destacou ainda que os bancos centrais vão ajustar as taxas “com base nas circunstâncias domésticas, o que pode levar a mais divergência entre os países” no que diz respeito à condução dos ciclos de política monetária.

Esta divergência já se começa a verificar atualmente, tendo em conta que o Banco Central Europeu (BCE) já avançou para o primeiro corte de juros, mas a Reserva Federal norte-americana ainda mantém as taxas inalteradas, após o conjunto de subidas destinadas a controlar a inflação.

Neste documento, que teve também o contributo de Ayhan Kose e Jongrim Ha, os especialistas concluíram que “este ciclo de política monetária de 2020 a 2024 não tem precedentes”, sendo difícil fazer uma comparação com tendências anteriores.

Além disso, verificaram que os fatores e choques globais têm tido um maior papel a influenciar os ciclos de política monetária. “No ciclo mais recente, os choques globais explicaram mais de metade das variações nas taxas de juro”, sinalizou Kristin Forbes.

Num comentário a este artigo, também durante o Fórum BCE, Paolo Surico, professor na London Business School, destacou a necessidade de avaliar o contributo da despesa dos Governos para as pressões inflacionárias, argumentando que “a contribuição da política orçamental para a inflação pode ter sido desvalorizada”.

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