Quarta-feira, Outubro 9

Sindicatos contestaram decisão do presidente da Assembleia da República, acusando-o de “lançar gasolina para a fogueira” ao proibir a entrada de bombeiros fardados no parlamento. Aguiar-Branco acabou por aceder aos apelos dos sindicatos

O presidente da Assembleia da República (AR) permitiu esta tarde a entrada de bombeiros fardados no Parlamento, depois da contestação da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP) e da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Vários bombeiros dirigiram-se à entrada do Parlamento para assistir a um debate sobre a sua situação profissional, que tinha início previsto para as 15:00. Contudo, os bombeiros que estavam fardados foram impedidos de entrar, situação que os sindicatos dizem não compreender.

“Não se compreende a decisão do presidente da Assembleia da República de proibir a entrada de bombeiros fardados. Isto é só lançar gasolina para a fogueira e de fogos percebemos nós”, disse à Lusa Fernando Curto, presidente da ANBP, à entrada do parlamento, onde a PSP está a condicionar a entrada.

A LBP, por sua vez, recorreu às redes sociais para mostrar o seu desagrado, questionando a “oportunidade da decisão do presidente da Assembleia da República de proibir cidadãos fardados de bombeiro nas galerias do plenário”.

Perante a contestação, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, acabou por permitir a entrada de bombeiros fardados no parlamento, pouco depois das 15:30.

O Parlamento debate esta quarta-feira dois projetos de lei do PCP que visam reforçar os direitos e regalias previstos no estatuto social do bombeiro e valorizar aquela profissão, através do seu reconhecimento como uma carreira de desgaste rápido.

Um dos projetos de lei, segundo o deputado António Filipe, visa “melhorar o estatuto social do bombeiro no sentido, por um lado, de repor regalias e direitos que os bombeiros já tiveram e que há uns anos perderam”, mas, por outro, acrescentar novos direitos “para que a carreira de bombeiro seja mais atrativa”.

Os deputados irão também debater um outro diploma do PCP que se prende com as carreiras dos bombeiros sapadores mas também dos bombeiros profissionais das associações humanitárias, propondo “uma valorização das suas carreiras, que tenha apenas não apenas a questão remuneratória e dos subsídios que lhes devem ser atribuídos”, mas também a “penosidade e perigosidade das missões desempenhadas”.

Na terça-feira, o Governo anunciou a criação de um grupo de trabalho que vai preparar uma proposta de carreira, benefícios, regalias e formação para os bombeiros voluntários e profissionais.

Os bombeiros profissionais deram na segunda-feira um prazo até ao final do mês para o Governo responder às suas reivindicações laborais, que já foram objeto de uma manifestação na semana passada.

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