Sexta-feira, Novembro 1

Imagens de satélite mostram uma grande mancha de lama arrastada das zonas urbanas para o mar das Baleares. Os sedimentos da terra estendem-se até 30 quilómetros da costa

Em apenas oito horas, caiu em Valência o correspondente a um ano de chuva, segundo a Agência Meteorológica de Espanha (Aemet), e este foi o resultado: uma grande mancha de água e lama invadiu zonas urbanas, deixando ruas e avenidas completamente submersas e arrastando correntes de veículos, que acabaram amontoados pelos cantos da cidade.

Imagens de satélite divulgadas pela Agência Espacial Europeia mostram o antes e o depois deste dilúvio, que deixou um rasto de destruição ainda por contabilizar. O fenómeno – uma depressão isolada em níveis altos, que os espanhóis designam pelo acrónimo DANA – é já considerado “o pior dano do século em Espanha” e os números de mortos, que não param de subir, refletem isso mesmo. Até ao momento, há registo de mais de 150 vítimas mortais, mas as autoridades acreditam que o número pode ser bastante superior, dado que ainda há vários desaparecidos.

As imagens mostram uma grande mancha de lama arrastada das zonas urbanas para o mar das Baleares. Segundo o La Vanguardia, os sedimentos da terra estendem-se até 30 quilómetros da costa.

Municípios como Torrent, Picanya, Paiporta, Alfafar, Massanassa ou Catarroja, na Horta Sur, foram algumas das zonas mais afetadas, como se pode verificar nas imagens.

A região mais afetada foi a Comunidade Valenciana, no leste do país, com chuvas com níveis inéditos, que fizeram acionar os alertas e avisos mais graves da proteção civil e da meteorologia na terça-feira à noite.

Trata-se de uma das catástrofes naturais mais graves dos últimos 75 anos em Espanha, ultrapassando mesmo as inundações de Biescas (Huesca) em 1996, com 87 mortos, e as inundações de Turia em 1957, em que morreram entre 80 a 100 pessoas.

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