Sexta-feira, Outubro 18

Presidente da Rússia garantiu que o país vai enviar um representante

O presidente russo Vladimir Putin confirmou à CNN Brasil que não irá à cimeira do G20, que se vai realizar no Rio de Janeiro no próximo mês de novembro.

Putin é alvo de um mandado de prisão por parte do Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de guerra durante a operação russa na Ucrânia. O Brasil é signatário do Tratado de Roma, e seria obrigado a respeitar a decisão do TPI e prender o líder russo no momento em que este chegasse a solo brasileiro.

“Tenho uma relação amigável com Lula. Iria lá de propósito para violar a decisão e arruinar a cimeira? Não. O governo russo terá um representante na cimeira”, garantiu Putin.

Ainda assim, Vladimir Putin afirma que seria possível desenvolver soluções diplomáticas para evitar qualquer prisão do líder russo a partir de um acordo formal entre os dois governos. E questionou a legitimidade do tribunal, criado em 2002.

“O respeito por uma entidade que não é universal ou independente é muito baixo”, afirmou.

A CNN Brasil foi o único veículo de imprensa das Américas presente no encontro com o líder russo, numa entrevista que ocorreu nas vésperas da cimeira dos BRICS, que vai decorrer entre os próximos dias 22 e 24 de outubro na cidade russa de Kazan.

Ainda durante a entrevista, Putin indicou que os países dos BRICS devem crescer mais rápido do que os do G7, acrescentando que países como Rússia, China ou Brasil vão assumir um papel cada vez maior no comércio global.

“O mercado internacional não pode sobreviver sem os Brics, inclusive em tecnologia, como a inteligência Artificial. Essa é a mudança mais tangível. Isso é natural. O mundo muda sempre. Os novos líderes emergem”, disse Putin.

“Os BRICS não estão contra niguém. Os BRICS não são um grupo anti-Ocidente. São apenas um grupo não-Ocidental”, afirmou o líder russo.

Segundo Putin, mais de 30 países demonstraram interesse em juntar-se ao bloco. Para a atual presidência rotativa do grupo, a ampliação seria bem-vinda, desde que guiada por princípios pré-acordados.

“Atualmente, estamos a trabalhar numa nova categoria de ‘Parceiros dos BRICS’. Precisamos de um consenso: seremos muito cuidadosos ao sermos guiados por dois princípios. Primeiro, multilateralismo. Em segundo, a eficiência da organização. Ao expandir o numero de países, não deveríamos perder a agilidade do bloco. É isso que guiará os nossos próximos passos”, acrescentou.

A cimeira

A próxima cimeira dos BRICS, bloco que reúne países emergentes, incluindo o Brasil, será realizada entre os dias 22 e 24 de outubro, em Kazan, na Rússia.

O país comandado por Vladimir Putin é o atual presidente do bloco.

De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, os avanços nas negociações para adotar uma moeda alternativa ao dólar nas trocas comerciais entre os integrantes do bloco e a criação de uma categoria de “países parceiros” devem ser discutidas no encontro.

Assuntos como a guerra no Oriente Médio também devem ser abordados. Entretanto, o conflito na Ucrânia não estava na pauta.

A cimeira deste ano será a primeira a contar com a presença dos novos integrantes permanentes, admitidos em 2023: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos e Etiópia.

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