Entrevista SIC Notícias
Em entrevista à SIC Notícias, Joaquim Miranda Sarmento garantiu que a taxa de carbono não vai aumentar e afirmou não fechar a porta a eventuais aumentos nas pensões em 2025.
O ministro das Finanças não tem receio que o Orçamento do Estado para 2025 seja “desvirtuado” na especialidade, nem teme défices nos próximos anos. Em entrevista à SIC Notícias, Joaquim Miranda Sarmento não fecha “totalmente” a porta a eventuais aumentos das pensões já no próximo ano e garante que a taxa de carbono não vai aumentar.
O Orçamento do Estado para 2025 foi esta quinta-feira aprovado, na generalidade, com os votos a favor do PSD e CDS e a abstenção do PS. Agora, arranca para a fase de especialidade.
A descida de 1% do IRC não tem passagem garantida, mas o ministro das Finanças está confiante que vai ser aprovada, acreditando na “boa palavra” de Pedro Nuno Santos. “O secretário-geral do PS sempre afirmou que não desvirtuaria o orçamento na especialidade.”
“Tenho a palavra do secretário-geral do PS, mesmo no momento em que disse viabilizava o orçamento, disse que o viabilizava na forma como o Governo o entregou no Parlamento.”
Sobre a proposta do Chega para a descida de 2% no imposto (que estava inicialmente no programa do Governo), o ministro é taxativo: “Nós neste momento temos uma proposta para descer 1 ponto percentual da taxa de IRC. É essa a nossa proposta e é essa proposta que defendemos.”
“O PSD continua a querer reduzir a taxa do IRC, um instrumento muito importante para a produtividade e competitividade da economia portuguesa. Agora, também é importante em democracia, quando o povo não nos dá uma maioria absoluta, procurar entendimentos, acordos. “
“AD e PS olharam para o interesse do país, aprovámos um bom orçamento”
Em relação às pensões, não fecha “totalmente” a porta a um possível aumento já no próximo ano, como é defendido pelo PS. Considera que esta é uma questão que poderá ser discutida no Parlamento. “Mas é importante que o Parlamento não desvirtue o conteúdo do orçamento e não desvirtue o saldo orçamental que o país se comprometeu com Bruxelas.”
Questionado sobre uma possível coligação negativa nesta matéria, diz não ter receio, “porque o secretário-geral do PS foi sempre muito claro.
Do que também não tem receio é da possibilidade de défices nos próximos anos.
“Não há nenhuma entidade nacional ou internacional que siga a economia e as finanças públicas portuguesas que projete défices para os próximos anos (…) Todos apontam que teremos excedentes. Se a economia crescer 1,5 a 2%, que é aquilo que todas as entidades projetam para os próximos anos, o país não terá saldos negativos. Continuará a ter excedentes.”
Na entrevista, garante ainda não haverá um aumento da taxa de carbono em 2025, nem aumento de outros impostos.
“O país precisa de um bom orçamento, tem um bom orçamento. A AD e o PS olharam para o interesse do país, aprovámos um bom orçamento.”