O português de 61 anos é o segundo dos cinco fugitivos da prisão de Vale de Judeus a ser recapturado. O primeiro fugitivo, Fábio Loureiro, foi capturado e preso pelas autoridades um mês após a fuga.
A fuga dos cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, no dia 7 de setembro, foi registada pelos sistemas de videovigilância às 09h56, mas só detetada 40 minutos depois.
Em comunicado, a Polícia Judiciária explica que a operação contou com a colaboração da Guarda Nacional Republicana e que Fernando Ribeiro Ferreira tem uma “extensa carreira criminosa”.
É conhecido pela prática de “crimes especialmente violentos”, mas também no âmbito da criminalidade altamente organizada, envolvendo crimes de associação criminosa, homicídio, sequestro, assalto à mão armada, tráfico de estupefacientes e posse de arma proibida, lê-se no comunicado.
O português foi preso pela primeira vez em 1980. No momento da fuga, a 7 de setembro, cumpria uma pena de 24 anos de prisão, associada a 11 condenações.
Fernando Ribeiro Ferreira foi alvo de um mandado de detenção internacional emitido pela autoridade judiciária competente, que foi listado como aviso vermelho na Interpol.
A fuga de Vale de Judeus, em Alcoentre, concelho da Azambuja, envolveu cinco presos, dois deles portugueses, que foram agora recapturados (Fábio Loureiro e Fernando Ribeiro Ferreira).
Os três restantes, que permanecem foragidos, são um cidadão georgiano, Shergili Farjiani, um argentino, Rodolf José Lohrmann, e um cidadão britânico, Mark Cameron Roscaleer.
Eles foram condenados a penas entre sete e 25 anos de prisão por diversos crimes, incluindo tráfico de drogas, associação criminosa, roubo, sequestro e lavagem de dinheiro.
Esta fuga levou o Ministério da Justiça a instaurar nove processos, contra o ex-diretor, o chefe da guarda e sete guardas prisionais, decisão que resultou das recomendações do relatório elaborado pelo Serviço de Auditoria e Inspeção (SAI) da Polícia Geral. Direcção de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
Numa nota divulgada em outubro, o Ministério da Justiça destacou ainda a abertura de dois inquéritos distintos: um relativo ao comissário penitenciário, por “não implementação de medida de segurança”, e outro relativo à Direção de Serviços de Segurança “para avaliar a sua funcionamento e a sua capacidade de resposta a situações desta natureza”.
Foi também emitida uma certidão às entidades competentes para apurar responsabilidades disciplinares relativamente aos militares da GNR relativamente “às condições em que imagens dos acontecimentos no estabelecimento prisional de Vale de Judeus foram divulgadas à comunicação social sem autorização”.
Hoje, num comunicado enviado à Lusa após ter sido anunciada a recaptura do segundo dos cinco fugitivos do Vale de Judeus, a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, manifestou os seus sentimentos de orgulho e confiança nas forças policiais.
“A captura de mais um fugitivo do Vale de Judeus deixa-nos um sentimento de orgulho e confiança nas nossas forças policiais, que todos devemos elogiar”, escreveu o ministro.
“Este sucesso só foi possível graças ao persistente e competente trabalho de investigação da PJ”.
O ministro elogiou ainda o trabalho conjunto das forças policiais, em particular a colaboração da GNR.
“Os profissionais que trabalham todos os dias para tornar o nosso país mais seguro merecem a nossa gratidão e reconhecimento”, concluiu.