Domingo, Janeiro 12

No âmbito da atualização do mapa estratégico de ruído de Lisboa, tendo 2022 como ano de referência, constatou-se que todas as estradas da cidade afetam 74.118 pessoas residentes no concelho, que estão expostas a níveis de ruído ambiente superiores a 65 decibéis, associados ao incómodo global – dB(A) -, dependendo do indicador de ruído diurno, vespertino e noturno (Lden), ou seja, para o período de 24 horas do dia.

Estas 74.118 pessoas representam cerca de 13,6% da população residente em Lisboa, num total de 545.761 habitantes, segundo os Censos 2021.

Com base na regulamentação do Plano Diretor Municipal de Lisboa em vigor, todo o território municipal é classificado como zona mista, “não devendo a população ser exposta a níveis de ruído ambiente exterior superiores aos definidos no Regulamento Geral do Ruído, de 65 dB (A) e 55 dB(A) respectivamente para os indicadores Lden e Ln [noise indicator for the night, from 23:00 to 07:00]”.

Os documentos relativos à atualização do mapa estratégico de ruído de Lisboa foram aprovados na quarta-feira pela Câmara Municipal, em reunião privada, na sequência de proposta da direção do PSD/CDS-PP, para serem submetidos à assembleia municipal.

Segundo o mapa estratégico de ruído, com dados de 2022, “o tráfego rodoviário na cidade de Lisboa continua a ser a principal causa do ruído ambiente externo, tanto no período diurno-anoitecer-noturno [Lden] e à noite [Ln]”.

O documento diz que a distribuição dos níveis de ruído ambiente em Lisboa está diretamente relacionada com as principais vias de circulação rodoviária.

No caso do ruído rodoviário, “a influência do GIT [large transport infrastructures] na população residente exposta a níveis de ruído ambiente superiores a 65 dB(a) é muito menor”, ​​segundo o indicador Lden, que registou 8.291 pessoas afetadas. (1,5% da população residente), quando comparada com a população atingida por todas as rodovias, totalizando 74.118 pessoas (13,6%).

Outras fontes de ruído incluídas no documento são as infra-estruturas de transporte ferroviário, com dados de 2007 nas linhas do Norte (de Santa Apolónia e Alcântara-Terra), Sintra (do Rossio e Gare do Oriente), Cintura (de Roma-Areeiro) e Cascais (do Cais do Sodré); Aeroporto Humberto Delgado, com dados de 2021; a rede de eléctricos da Carris e zonas de diversão noturna da cidade, nomeadamente na Doca de Santo Amaro, Bairro Alto, Santos, Cais do Sodré e Bica, com dados de 2022.

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